E eis que a história da pequena Alice (não mais tão pequena assim) chega a uma trilogia! E começa muito bem, ela agora com 21 anos e desbravadora dos Sete Mares, pondo em prática toda a experiência vivida no País das Maravilhas. O ano é 1875 quando ela atraca seu navio ao porto de Londres e lá enfrenta o machismo e o preconceito com as mulheres e diferentes culturas. Um ponto interessante a se tratar, que se perde quando ela é convocada a salvar o Chapeleiro Louco..... Com a mudança do diretor de Tim Burton (que não quis realizar) por James Bobin, me parece que o enredo ficou como o sobrenome do novo diretor: "bobim". E o chamativo para as pessoas irem ao cinema foi apenas o ator Johnny Depp, infelizmente...... Os Efeitos Visuais estão mais impecáveis que antes e a Fotografia mais viva (e colorida), mas a trama está longe de ser a mesma que seu antecessor. Com cópias (ou homenagens, tu que escolhe) de personagens como Bruce Wayne/Alfred, Transformers, a própria máquina do filme A MÁQUINA DO TEMPO de 2002 e Carmem Miranda, a narrativa fica bem fraquinha com o desafio sendo a lá DE VOLTA PARA O FUTURO (1985), da qual precisa voltar ao passado, sem ser vista, para arrumar o presente e caso ela seja vista, não existirá mais o presente. E fora que temos muitas incoerências..... Alice parece não ter escutado o "não seja vista" e nada acontece, mas quando outro alguém é visto: BUM! Outra seria quando o Chapeleiro e seus amigos sofre uma "maldição" em seu passado, ela não deveria perdurar até os dias atuais (porque não me lembro de terem desfeito)? Ou seja, muitos erros de roteiro. E também não fora explicado o lance do espelho, tentei cruzar o meu e ganhei um galo, um corte e gastos por comprar um outro.....(.....zoeira.....). Mais uma vez, abordado problemas como machismo e preconceito (já citados), bullying (que na minha época se chamava "zoeira", mas tínhamos que tornar a palavra mais chique), perdão, arrependimento e irresponsabilidade, mas de forma superficial com ênfase nos temas família e amizade (me enganei sobre o Chapeleiro Louco e Alice, que pena.....). Legal a ideia de mostrar a passagem para o passado como se fosse uma mar, dando uma alusão à frase : "águas passadas que não voltam mais", ou seja, o ontem já é história e você não consegue mudar, mas pode aprender com ele (mensagem passada nesta película também). No elenco temos todos novamente, com acréscimo do ator Sacha Baron Cohen (famoso por BORAT - O SEGUNDO MELHOR REPÓRTER DO GLORIOSO PAÍS CAZAQUISTÃO VIAJA À AMERICA de 2006) que interpreta o Tempo. Veja, quando falamos em voltar no tempo e temos um próprio personagem personificando tal palavra, era para a trama ser mais complexa e bem feita do que apresentado aqui (a trilogia de DE VOLTA PARA O FUTURO é fantástica). O Tempo, vendido como vilão, para mim é mais uma vítima mal compreendida do que o cara do mal (isso chega a ser retratado de certa forma)..... Por fim, é mais um filme Disney na fase atual: viva ao bem e somos todos do bem, mas sem a qualidade dos demais, sendo apenas lindo visualmente e "feinho" em seu conteúdo...