Fiz uma critica do filme ! Tenho um blog com diversas críticas, basta pesquisar cine114 ( Tudo junto ! ) blog no google .
O que dizer de uma obra que opta por cenas de perseguição entupidas de tiroteios e combates
físicos do que, de fato, explicar o seu universo e, consequentemente, seu protagonista
? Este é um daqueles filmes que dispensam qualquer tipo de profundidade, seja
temática ou de seus personagens, e que geralmente são acompanhados por uma
direção ruim, atores mornos e roteiro péssimo.
Insurgente acompanha Beatrice “Tris” ( Shailene
Woodley ), Quatro ( Theo James ), Peter ( Miles Teller ) e Caleb ( Ansel Elgort
) que buscam uma maneira de conseguir respostas sobre a sociedade em que vivem
e, ao mesmo tempo, escapar de Jeanine ( Kate Winslet ), líder da erudição, que
quer capturar Tris e seus companheiros.
O grande problema com Insurgente é a forma
como desenvolve muito mal o seu universo, bem como, seus personagens. Na
primeira cena do filme, vemos pequenos pontos formando o rosto de Jeanine (
Winslet ) enquanto ela diz que os divergentes precisam ser eliminados. Uma bela
cena, mas a descrição daquele universo para por ali. Nem os personagens, nem o
diretor fornecem o mínimo de informação ou contexto para que o espectador se
importe com aquela história.
No filme vemos uma relação de dependência com seu antecessor, Divergente, no que diz respeito ao seu universo e seus personagens.
Em qualquer outra boa série de filmes vemos uma relação de complementação, na
qual uma informação ou aspecto de alguém ou alguma coisa é mais bem explorado
ou tratado de uma forma diferente. É claro que Para entender melhor a história
e seus personagens podemos assistir ao filme anterior da série, mas sua
“segunda parte” existe por si só.
Os diálogos sem nenhuma profundidade, assim como a inabilidade do diretor e do
roteirista em traçar uma personalidade, segui-la e explora-la destroem mesmo os
mais carismáticos e competentes atores deste filme. E se Miles Teller, mesmo
com seu enorme carisma, Kate Winslet e Naomi Watts não conseguem carregar as
suas cenas com suas performances sólidas, que dirá o casal insosso Woodley e
James, que apresentam uma química fraquíssima e reações artificiais.
A “distopia” de Robert Schwentke, não parece ameaçadora por um momento sequer.
Não é destacado nada naquele universo que tenha potencial destrutivo para os
personagens. O sangue em Insurgente não
aparece, as pessoas não se machucam ao cair de um trem em movimento ou ao levar
vários socos no rosto, reiterando o quão inofensivo são seus desafios.
Em uma cena horrenda, que não vejo motivo de ter sido mantida no filme, vemos uma
briga de Tris, Quatro e Caleb com os “Sem facção”. Socos no rosto, cabeçadas e
até golpes com uma barra de ferro, para Quatro se revelar como Tobias e a briga
parar imediatamente ( Por que não revelou isso antes para que a briga fosse
evitada, em primeiro lugar ? ). Neste conflito Vemos apenas uma tímida xícara
de sangue. E não que eu esteja exigindo rios de sangue nos filmes, mas se há
conflito físico que inclua socos, chutes, cabeçadas e barras de ferro deve
haver sangue !
E o trabalho de direção de Insurgente ,
também contribui com a flacidez geral do filme. Robert Schwentke exibe uma
falta de sensibilidade enorme, utilizando o método “ Cabeças falantes” para
contar sua história, não se desviando da
tendência hollywoodiana de picotar um espaço com close-ups e close-ups
médios das pessoas falando, além de uma manipulação e composição inexpressivas
dos seus planos que parecem sem vida em frente ao espectador.
Insurgente configura uma obra que além de não ter
nenhum aspecto excepcional, contém alguns erros graves na construção dos seus
personagens e na sua história. Alguém pode dizer que não se pode entender Insurgente sem ter assistido ao primeiro
filme da série, Divergente. Para essas
pessoas, digo que independente de um filme ser parte um, dois, três ou quatro
de uma série ele tem de sobreviver sozinho e contar sua história independente
de qualquer outra de qualquer outro veículo, seja cinema ou ou outro. A obra
cinematográfica tem de sobreviver por si só e Insurgente falha não só nesse sentido, mas em contar a sua história
de forma monótona e rasa.
Nota – 2,0