Minha conta
    Shaun, o Carneiro
    Críticas AdoroCinema
    4,5
    Ótimo
    Shaun, o Carneiro

    O melhor desde A Fuga das Galinhas

    por Renato Hermsdorff

    Na fazenda do Fazendeiro, as ovelhas acordam, trabalham, dormem; acordam, trabalham, dormem. E... acordam, trabalham, dormem. Não é um (des)privilégio delas. E elas não são maltratadas (muito pelo contrário). A mesma rotina é seguida pelo leal cão Bitzer, e pelo próprio fazendeiro. Entediada, uma ovelha, Shaun, resolve quebrar a rotina por um dia, mas o plano sai do controle e seu dono acaba indo parar na Cidade Grande, acidentalmente, onde perde a memória.

    Para quem não ligou a temática/técnica ao estúdio, Shaun, o Carneiro é a nova produção da Aardman Animations, dos mesmos realizadores que trouxeramPor Água Abaixo (2006), Wallace & Gromit - A Batalha dos Vegetais (2005) e, claro, o excelente A Fuga das Galinhas (2000). No novo filme, estão presentes os mesmos elementos das histórias anteriores, do cenário campestre à técnica de stop motion, de massinha – que dá um trabalho do cão.

    No original, o filme se chama Shaun the Sheep Movie. A ovelha surgiu há cerca de 20 anos em um curta do universo de Wallace & Gromit; e o “movie” se justifica porque o personagem virou o protagonista de uma série de TV criada pela mesma empresa.

    Agora, no entanto, trata-se da produção mais universal da história da Aardman, afinal, é o primeiro longa-metragem do estúdio a chegar aos cinemas sem falas. Nadinha. Nenhum diálogo. Não à toa, coerente com o espírito acessível do filme, o fazendeiro se chama “Fazendeiro” e a cidade grande é batizada com o nome de “Cidade Grande”.

    Para ilustrar a rotina entediante da fazenda, a abertura do filme é repetitiva como descrito no início desse texto – é o mesmo recurso usado para apresentar o ramerrame do papai Shrek no quarto filme da franquia. Por outro lado, serve para dar a tônica da relação dos animais com seu dono – de modo quase tão tocante quanto o início de Up - Altas Aventuras (sem o fim trágico, claro).

    Na Cidade Grande, Shaun, os carneiros e o cachorro farão amigos – destaque para a cadela Slip, do tipo que rouba a cena -, que os ajudarão a procurar o desmemoriado Fazendeiro. Não será uma tarefa fácil, já que, no encalço dos animais está o chefe da carrocinha. E eles adotam toda uma hilária sorte de disfarces para despistá-lo.

    Mais da história não é bom saber de antemão, a fim de se manterem as surpresas. Não é um filme que transcende, mas o que se pode dizer é que Shaun, O Carneiro traz uma história criativa, lúdica, sutil, divertida (conhece a expressão “contar carneirinhos” para dormir?), e cheia de referências para os adultos. Isso, para dizer o mínimo. Definitivamente, o melhor filme dos estúdios desde A Fuga das Galinhas.

    Quer ver mais críticas?
    Back to Top