Omar: Críticas

Em 2005 o cineasta Assad chocou o mundo com seu relato cruel e detalhista sobre o conceito do martírio no islamismo com o tenso e sensacional Paradise Now . O filme contava a história de dois amigos palestinos residentes na Cisjordânia que são recrutados para um ataque suicida em Tel Aviv. O filme correu festivais mundo afora colhendo muitos elogios até a premiação máxima e inédita para seu país com o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e também a indicação ao Oscar perdendo injustamente para o austríaco Os Falsários. De lá pra cá, o diretor tentou carreira em Hollywood, com o fraco Entrega de Risco, em 2012, mas foi preciso voltar a seu país e suas origens para fazer outra obra polêmica e igualmente chocante e sensacional com Omar, emplacando novamente outra indicação ao Oscar deste ano. O filme conversa direto com sua obra anterior. É um drama político que usa a história de um amor proibido entre um jovem padeiro palestino, que mora em Israel, e a irmã de um amigo de infância, cujo mundo entrará em colisão com a dura realidade que separa israelenses e palestinos.
Para encontrar com sua amada Nadia (Lubany), o jovem Omar precisa escalar o muro que separa os dois territórios. Preso em flagrante pelos soldados israelenses, ele é entregue ao serviço secreto. Sob tortura e humilhado, ele é obrigado a trabalhar como espião para desmantelar uma célula de resistência que surgiu nos territórios ocupados, liderada por Tarek (Bisharat), o irmão de Nadia. Quando um soldado israelense é abatido impiedosamente, a situação toma um rumo inesperado. Dividido pela paixão e a honra pela pátria, Omar tenta encontrar em meio ao caos o equilíbrio para manter friamente seu plano suicida, já que ambos os lados são impiedosos e não aceitam a traição. Assad volta em grande estilo e trabalha a tensão de forma quase insuportável deixando o público na linha tênue que separa a razão da emoção, a vida da morte. Merecidamente ficou entre os finalistas ao Oscar, mais uma vez perdeu, para a produção italiana A Grande Beleza. Assista e veja se foi justo.