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Pedro H.
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3,0
Enviada em 15 de dezembro de 2014
O filme de autoria de Guto Parente e Uriá dos Reis é uma produção do Alumbramento e recentemente foi exibido na mostra homônima da produtora no cinema Fundação Joaquim Nabuco. A produção audiovisual atribui notada ênfase a questão do amor. "Pensar o amor é poético, amar é por a poesia em risco". Cumprindo uma estética que parafrasea o poético os diálogos são construídos como uma poesia constante. Mais parecem poemas recitados, do que falas ou conversas propriamente ditas. A direção de arte cumpriu o encargo de sobrepor um alto realce de cores e sombras que deu um tom sonhador que se torna peculiar ao ser aliado a uma liguagem poética.
O signo da morte, ali representado por Blanche, faz-me recordar Ryuk (Death Note) que acompanha um mortal como uma espécie de "anjo da guarda" ou conselheiro. O diálogo melancólico entre a condição de trans (travesti ou transexual?), o infortúnio no amor e a estética da morte poderia ser algo trágico, denso e desagradável; entretanto o filme é simples e não muito emulador de maus sentimentos. A produção evidencial para mim duas grandes paródias: a da trans e do mito hebraico-cristão do amor romantico. Como bem reflete Judith Butler o primeiro caso carrega uma natureza performativa sustentada na linguística, diria eu que o segundo não parece ser muito distinto deste. Paródias... O que elas podem nos dizer? Que tanto as estruturas de gênero, quanto tudo que é socialmente construído não passam de atos sequenciais performativos, que por sua vez são passíveis de desconstrução.
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