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    Amor Sem Fim
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Amor Sem Fim

    Amor datado.

    por Renato Hermsdorff

    Jade Butterfield (Gabriella Wilde), de 15 anos, é uma jovem de família rica, que acaba de se formar (high school, o equivalente ao ensino médio brasileiro). Vivendo um drama familiar antigo, ela não é muito popular na turma. Mas nunca passou despercebida por David Elliott (Alex Pettyfer), de 17, um rapaz despretensioso, cuja maior ambição é ajudar o pai em seu trabalho na oficina de automóveis - e que a observa de longe ao longo de anos. Superprotegida pelos pais, a menina acaba desabrochando ao corresponder à paixão do moço. A ponto de rever suas prioridades (profissionais, inclusive), o que desperta a desaprovação do pai a respeito do romance.

    Essa é a sinopse de Amor Sem Fim. Soa, em 2014, como um filme que você já viu – mesmo que você não tenha assistido ao clássico filme homônimo de Franco Zeffirelli, de 1981, no qual esta versão atual se baseia – e ambos têm origem no livro de Scott Spencer, publicado em 1979. A sensação de déjà vu se dá porque o longa de Shana Feste (Onde o Amor Está) não traz nenhuma grande novidade para o enredo menino-pobre-se-apaixona-por-menina-rica-e-os-dois-têm-que-lutar-contra-a-família-dela.

    Ainda mais se considerarmos um público adolescente cada vez mais ávido por “novidades”, seja um romance entre personagens com câncer (A Culpa é das Estrelas) ou com um vampiro (e um lobo) como um dos pilares do casal (saga Crepúsculo). No fundo, a estrutura de todos é sempre muito parecida, não se engane, mas comparado com os sucessos acima, este novo Amor Sem Fim traz uma roupagem um tanto quanto fora de moda.

    É fato que não ajuda a opção de Shana Feste por adoçar a trama central que, na história original, traz um incêndio criminoso provocado por um obcecado David. Mesmo o carrasco pai (Bruce Greenwood), não é tão malvado assim, porque trata-se de um personagem, aqui, até certo ponto, compreensivo – o que é bom, porque abre mão da opção fácil do maniqueísmo do papel; mas, por outro lado, enfraquece a trama, diminuindo o conflito. Portanto, não se preocupe, tudo vai dar certo.

    Da dupla central, Gabriella Wilde (Carrie - A Estranha) tinha a missão mais difícil, por defender um papel que coube a Brooke Shields, mas se saiu bem, tem nuances. Alex Pettyfer (Magic Mike, Eu Sou o Número Quatro), por outro lado, convence quando sorri; mas beira o risível quando chora. Independente das atuações, falta carisma ao casal.

    Com uma lição de moral de leve aqui, outra acolá, no fim de tanta dualidade (masculino versus feminino; amor versus responsabilidade; rico versus pobre; pai versus mãe; e por aí vai), sobram mensagens positivas de esperança, respeito e amor. Mas que fique claro: são sentimentos importantes, no fim das contas.

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