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Eduardo Santos
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183 críticas
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2,0
Enviada em 24 de maio de 2015
Acho que nunca uma tradução de título de filme para o português foi tão sensato e bem escolhido. O personagem Philip, interpretado por Jason Schwartzman, é tão chato, mas tão chato, que dá a vontade de mandá-lo calar a boca já nos 5 minutos iniciais do filme. O título em inglês, “Listen Up, Philip” (algo como “Escuta Aqui, Philip”), também é bem apropriado, pois o personagem não é muito dado a escutar, e sim a falar pelos cotovelos disseminando sua arrogância, prepotência e chatice aos quatro cantos o tempo todo. E ele não é o único. Todos os outros personagens são igualmente insuportáveis. É tanto discurso ácido, preocupações desimportantes, alienações idiotas e questões estapafúrdias que o filme parece interminável, e a conclusão que chegamos é que há muito falatório para chegar a lugar nenhum. Na verdade, a verborragia reinante no filme é pura enrolação de um roteiro que fala demais sem ter muito a dizer. Há sim bons momentos. Algumas piadas são engraçadas e a antipatia generalizada chega a ser divertida em alguns instantes. Há uma naturalidade na interpretação dos bons atores que faz com que o filme não seja de todo ruim. O problema principal do filme é que não dá para criar empatia com esses personagens. Todos são irritadiços, mau humorados, antipáticos e pedantes. Talvez a única personagem que ainda causa um pequeno grau de simpatia é Melanie (Krysten Ritter), filha do escritor Ike Zimmerman (Jonathan Pryce), cujas diferenças com o pai criam um interessante tom dramático que funciona até mesmo pela química entre os atores. Mas em suma, o filme é entediante, esquecível e vazio. Muito blá-blá-blá para pouco conteúdo. Para quem sofre de insônia, pode ser um bom remédio.
Pra início de conversa o nome escolhido pelo distribuidor brasileiro não tem nada a ver com o nome original e com o filme. Listen up significa algo como "preste atenção". Nada a ver com "cala a boca". O personagem principal não é o único arrogante da história e não é arrogante todo o tempo. Em vários momentos ele faz um "mea culpa". Quanto ao filme, é apenas mediano.
É um filme interessante com ótimos atores, dá para imaginar escritores e seus relacionamentos assim........................................................................
Em pré-estreia em São Paulo neste fim de semana o filme “Cala a Boca, Philip” (Listen Up Philip – EUA, 2014) é um boa produção para quem quer imergir no universo da semi insanidade em que boa parte dos habitantes das metrópoles do mundo passam atualmente.
A produção conta a história do jovem escritor arrogante e egocêntrico Philip (Jason Schwartzman) que está em crise: ao mesmo tempo em que o relacionamento com a fotógrafa Ashley (Elisabeth Moss) não vai nada bem, ele não consegue lidar com a demora na publicação de seu segundo romance. Ike Zimmerman (Jonathan Pryce), ídolo de Philip, oferece a sua própria casa para o escritor passar um tempo e refletir.
Com visual retrô inspirado nas produções dos anos 70 e 80 do cinema alternativo americano, imagem granulada, planos nada convencionais e trilha sonora que lembra (e muito!) a de “Taxi Driver” (1976), a história é permeada por um narrador que ajuda a levar o espectador para momentos pré e pós à ação atual.
O protagonista e todos os outros personagens do filme contam com problemas inerentes a qualquer pessoa. Os traumas, a solidão, o cinismo, o ego, a busca por alguém e a busca por si mesmo. Philip é tão patético e incoerente que faz o público nutrir certa empatia por ele. Nega nas palavras o que faz nas ações e vive se contradizendo com autopiedade e autossabotagem.
É uma grata surpresa, mesmo com algumas falhas de roteiro, como por exemplo, no meio do filme largar o protagonista para do nada ficar mais de 20 minutos centralizando somente em sua ex-namorada Ashley e nas mudanças de sua vida.
“Cala a Boca, Philip” nos faz refletir sobre as nossas relações, objetivos e propósitos na enlouquecedora vida moderna.
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