Salvando o Sistema.
Para muitos a expressão hacker já indica indivíduos capazes de façanhas relacionadas a invasão de equipamentos da área de tecnologia, principalmente computadores. Embora isso também tenha alguma menção no filme Hacker, de Michael Mann, o protagonista com tais características também é o responsável por evitar uma "destruição cibernética".
Após a explosão de uma usina nuclear na China, as investigações preliminares indicam que o sistema que controla os reatores fora invadido, deixando uma vírus capaz de alterar o funcionamento de equipamentos com propósito destrutivo.
Ao perceberem que precisarão de ajuda americana, o hacker Nicholas Hathaway (Chris Hemsworth) é convocado para auxiliar nas investigações, uma vez que ele possui histórico criminal com fortes ligações em invasões. Durante as buscas por novidades, muitas informações vão surgindo para compilar a trama, que inclusive soa sofisticada e bem conduzida pelo experiente diretor, principalmente com o amplo cuidado ao mostrar termos e expressões aplicadas ao universo da informática, os mais próximos percebem isso com sorrisos maliciosos.
A equipe de personagens secundários, composta por Chen Dawai (Leehom Wang), um ex-colega universitário de Nicholas; Lien Chen (Tang Wei); e vários agentes dos governos chineses e americanos ajudam a manter a fórmula cinematográfica com o devido suspense a medida que as pontas vão sendo ligadas. A violência, marca registrada de Mann, continua notável, principalmente no clímax, com a morte de duas figuras diretamente envolvidas com os ataques cibernéticos.
Com uma trilha musical moderada que se ajusta às situações de forma coerente e sequências de ação brutais, HACKER mostra-se um filme interessante, bem roteirizado e com direção impecável de Mann. A história, que vai sendo contada aos poucos e fazendo sentido sem soar previsível, ou invasiva, é um dos maiores ganhos do filme. Apesar do final sair do convencional, com perdas acima do esperado, é uma divertida produção para o público adulto.