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    Vingadores: Guerra Infinita
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Vingadores: Guerra Infinita

    Chegou a hora

    por Lucas Salgado

    Chegou o aguardado momento. Lançado em 2012, Os Vingadores - The Avengers marcou o primeiro grande encontro dos heróis do Universo Cinematográfico da Marvel. Ali, nos deparamos com Homem de Ferro, Thor, Capitão América, Hulk, Viúva Negra, Gavião Arqueiro. Três anos depois foi a vez de Vingadores: Era de Ultron, que contou com a adição de Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Visão e Máquina de Combate. Agora, passados mais três anos, temos Guerra Infinita e um número de heróis que até constrange os dois primeiros filmes. 

    Após entrarem na franquia fazendo barulho com Capitão América 2 - O Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil, os diretores Joe Russo e Anthony Russo agora assumiram o posto de responsáveis pela maior marca do Universo Marvel: Os Vingadores. E eles não decepcionaram. O desafio de Guerra Civil, de colocar vários heróis em um mesmo espaço, agora é ainda mais elevado, uma vez que temos vários espaços diferentes.

    Guerra Infinita retrata a empreitada definitiva de Thanos em busca das Joias do Infinito. Além de tentar descobrir onde se encontra a Joia da Alma, ele divide seu time em busca das restantes, sendo que duas estão na Terra. Sem entrar em maiores detalhes, a interessante como o filme consegue dividir sua narrativa por diversos pontos da galáxia, algo que ainda não havia acontecido.

    Ainda que falhe em apresentar melhor os membros da Ordem Negra, o filme tem como grande mérito o seu vilão. Pode parecer estranho falar isso em um filme com mais de 20 heróis, mas é Thanos que rouba a cena. Graças aos efeitos visuais que melhoraram muito desde a primeira ponta do personagem em Os Vingadores e a uma grande atuação/trabalho de voz de Josh Brolin. Ao contrário do que temos normalmente nos filmes da Marvel (salvo Loki e Killmonger), aqui estamos diante de um antagonista com profundidade e até mesmo humanizado. Sua missão é inaceitável, mas não é impossível se relacionar com sua jornada e, principalmente, com sua dor.

    Seguindo falando de Thanos, o filme se preocupa até em mostrar um pouco de sua história pregressa, especialmente com relação às filhas Gamora e Nebula. As interações do personagem com os heróis também são sempre interessantes e bem desenvolvidas. Não é mais um vilão genérico que será esquecido daqui a alguns dias.

    Do lado dos heróis, o principal destaque é Thor, que assume uma posição central na história, e sem o peso cômico visto em Thor: Ragnarok. A divisão de tempo entre os heróis (ou núcleo de heróis) é bem feita, mas alguns acabam pouco aproveitados, como Viúva Negra, Pantera Negra e até mesmo o Capitão América. Tony Stark segue roubando a cena e o Homem-Aranha é o principal alívio cômico, e funciona.

    Com um final apoteótico e obscuro, o longa abre caminho não apenas para Vingadores 4, mas também para outras produções do estúdio. Guerra Infinita é entretenimento de primeira qualidade e com uma escala raramente vista na tela grande. Nem tudo funciona, é bem verdade. Há certa frustração com o ápice da história e com o fato de que o filme não consegue entregar nada tão empolgante quanto a cena do aeroporto de Guerra Civil.

    Mas o principal mérito dos Russo está em unir todo mundo num mesmo filme. Usando uma metáfora óbvia de carnaval, podemos dizer que eles receberam nota dez em harmonia. Tudo funciona em sintonia e as transições de núcleos são bem interessantes. O núcleo de Guardiões da Galáxia traz músicas e cores no estilo da produção e o mesmo acontece quando a ação vai parar em Wakanda.

    Vingadores 3 acerta, inclusive, no uso de sua cena pós-crédito. Não há a utilização saturada de Guardiões Vol. 2. Temos apenas uma cena. E uma cena importante, que abre portas para o futuro e deixa um gostinho de quero mais. Um filme com um final impactante não merece várias cenas de piadinhas durante os créditos e, felizmente, isso não ocorre.

    Mesmo sendo o filme mais longo da Marvel, com quase duas horas e meia de duração, Avengers: Infinity War (no original) não possui problemas de ritmo. Na verdade, quando acaba, a sensação é de poderíamos ficar ali mais um tempinho. Infelizmente, teremos que esperar até 2019.

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