Anos Felizes: Crítica AdoroCinema

Anos Felizes é um filme bem italiano, contando com muitas emoções à flor da pele e com personagens exagerados. Se por um lado tais excessos soam como caricaturas, por outro funcionam muitíssimo bem na construção de um ambiente sempre repleto de emoções, seja o amor, o ciúme ou mesmo o ódio.

Guido (Kim Rossi Stuart) é um artista plástico que vive com a esposa Serena (Micaela Ramazzotti) e com os dois filhos, Dario (Samuel Garofalo) e Paolo (Niccolò Calvagna). Eles passam por algumas dificuldades enquanto que o pai sonha em ser reconhecido como um grande artista. Ele é dedicado à família, mas através de seu trabalho acaba envolvido com outras mulheres, em especial suas musas. Serena é a tradicional dona de casa, que de uma hora para outra, irritada com o fato do marido não querer envolvê-la em seu trabalho, decide tirar umas férias com os filhos. Na viagem, acaba tendo um caso.

As idas e vindas do casal movimentam o filme, mas pouco cativam. Neste sentido, é fundamental a presença dos dois garotos. Adoráveis, as crianças do longa roubam a cena inúmeras vezes, funcionando como alívio cômico neste drama tão interessante. Ao final, fica a impressão de que só os dois garotos já mereceriam um filme próprio.

Ainda que Dario e Paolo sejam os personagens mais envolventes da obra, um dos equívocos da mesma foi inserir o primeiro como narrador da trama. A narração off é completamente inconstante e desnecessária, não fazendo nenhum diferença na forma como o espectador acompanha a história.

Anni Felici (no original) é um belo filme sobre a descoberta da infância e da arte. Além do pai artista, o filho Dario demonstra muito interesse pelo cinema. A partir daí, temos acesso a belas imagens em Super 8.