Mia é uma garota comum, está no colegial, tem uma amiga confidente, um irmão mais novo, pais que se preocupam com ela e toca violoncelo melhor do que qualquer um que ela conheça pessoalmente, mas como uma adolescente comum também tem conflitos internos, como o fato de se sentir excluída por ser totalmente diferente de seus pais e irmão que são verdadeiros fãs de rock clássico enquanto ela gosta dos prolíficos Beethoven, Mozart.. Pode-se dizer que seus pais são os personagens mais humanos do filme, pois eles são bem desenvolvidos e bem encaminhados durante a história. Mia não tem uma turma(outro conflito interno da personagem) e não se sente uma garota vaidosa que pensa em garotos os tempo todo, apenas em sua musica que é o elemento que move todo o filme.
Os primeiros momentos da história são muito rápidos, o desenvolvimento da vida de Mia é bom, porém, apenas alguns minutos depois que ela conhece Adam eles já estão no primeiro encontro, e logo após se beijando, quando você menos espera já estão em um relacionamento, isso da a ideia de que Shauna Cross(roteiro) tinha o desejo de mostrar logo o relacionamento dos dois, que é bem desenvolvido depois da introdução, você entende o casal e pensa no que faria em determinada situação, apesar deles passarem a impressão de terem um relacionamento serio demais para dois jovens(falando de seus planos para o futuro em certa briga). O principal elemento do filme parece ser deixado de lado, que é como Mia se sente sobre o mundo a sua volta, obviamente isso é explorado mas em cenas específicas isso parece ser deixado de lado e a partir de certo ponto do filme o seu relacionamento com Adam é mais importante do que todo o resto, no momento mais importante do filme é que isso parece vir a tona de novo por um curto espaço de tempo.
A enfermeira que sussurra em seu ouvido durante a amostra de alguns flashabacks passa a impressão de saber que a garota está vendo tudo, e isso não implica em nada na história. Essa é a única decepção sobre o assunto, pois se você pensar bem, tudo está ali por um motivo, exceto a enfermeira.
As cores do filme são muito bem usadas, principalmente em Moretz(Mia). Durante os flahsbacks ela usa roupas mais escuras que vão clareando conforme o filme vai passando e sua personalidade se torna menos fechada e mais aberta para o mundo, já no dia do acidente ela usa um vestido branco, realçando seus cabelos que ficam extremamente claros após o acidente, mas seu corpo no hospital tem os cabelo escuros. De dia as paredes do hospital são todas claras e na cena em que ela decide se ficará ou não(decisão essa imposta em palavras pela enfermeira e depois usadas por seu avô, que torna o titulo e o objetivo de ficar ou não estranhos) elas são completamente brancas. Não estou dizendo que as cores das paredes mudam, apenas que Cutler(direção) soube fazer belas escolhas com os locais em que determinadas cenas seriam gravadas e fez um trabalho incrível não usando o azul. As cores de Blackley(Adam) são sempre chamativas e os outros personagens usam roupas que parecem os apagar da cena e deixar o brilho nos nossos dois personagens mais importantes.
A atuação de Moretz é absolutamente impecável(nas cenas dos flashbacks, pois no hospital o drama principal não parece ser tão impactante para a atriz), impressionando mais uma vez para uma garota tão nova, que faz você acreditar que não está vendo um filme e sim acontecimentos reais na sua frente, e dezessete(idade) é apenas um numero para ela. Apesar de se saber que um filme não é gravado pela ordem das cenas, uma impressão muito interessante é que Blackley vai se soltando conforme as cenas vão passando, começando o filme como um incaricato personagem, não que ele fique tão caricato conforme o filme vai passando, mas sim, ele atua melhor.
Se eu ficar é uma ótima adaptação de um ótimo livro que tem como alvo o publico jovem e parece ter conseguido atingi-lo. Transformando o gênero de romance adolescente em algo que pode ser bem aproveitado.