Entre Nós
Média
3,7
213 notas
Você assistiu Entre Nós ?

26 Críticas do usuário

5
3 críticas
4
7 críticas
3
6 críticas
2
4 críticas
1
3 críticas
0
3 críticas
Organizar por
Críticas mais úteis Críticas mais recentes Por usuários que mais publicaram críticas Por usuários com mais seguidores
Phelipe V.
Phelipe V.

496 seguidores 204 críticas Seguir usuário

4,5
Enviada em 24 de outubro de 2013
Num trabalho de elenco nunca menos que formidável (todos, todos os atores estão bem em seus papeis), um roteiro MUITO bem desenvolvido, Entre Nós se confirma como aquilo que eu nem suspeitava: um intenso estudo de personagens. Personagens, sim, porque cada um deles tem a sua individualidade, a sua incógnita, e principalmente, a sua culpa. O desenho de som do filme, aliás, é notável. Parece que reconstrói a história toda aquela trilha-sonora e aqueles ruídos entre uma faixa e outra. A propósito, o que é feito aqui com uma certa canção é o melhor uso de uma música que vejo em um filme desde que assisti a "O Abismo Prateado".

Fabuloso e muito edificante, Entre Nós acerta por nunca entregar a trama de bandeja, ou simplesmente estereotipar personagens. Paulo Morelli tem o total domínio de seu roteiro, e consegue tirar absolutamente tudo o que quer de seus atores, e o melhor: traz uma interação entre eles que é muito agradável aos olhos. Principalmente nos primeiros momentos do filme. O que transporta ao segundo segmento um sabor especial. São tantas mágoas, tantas histórias colocadas pra debaixo dos panos, que fazem um contraponto interessante com toda aquela felicidade inicial. E mesmo assim, vejam bem, todos eles ainda têm aquela chama da amizade, de tanto tempo atrás, acesa.

Além do mais, Entre Nós acerta também ao nunca sair do ambiente em que escolheu. E não precisa de muletas e outros cenários pra contar os rumos que seus escolhidos resolveram seguir ao londo de 10 anos. É uma história pesada, mas que é tratada com leveza e alívios cômicos por todos os lados. E são poucos os que sabem fazer isso. Morelli, depois de cometer alguns deslizes em seus longas anteriores, dessa vez equilibrou os dois polos perfeitamente.

Não há um protagonista nessa trama, mas fica claro que o ato cometido pelo personagem de Caio Blat é o que motiva a narrativa. De tal forma que seus momentos finais são bastantes satisfatórios, ao colocar a moral dúbia do personagem em cheque.

A cena do clímax, no penhasco do início do filme, é tão tensa que acreditei que ali o personagem fosse se mostrar um vilão. Mas fique extremamente feliz que isso não aconteceu. No entanto, podemos notar que aquela olhada no horizonte é, justamente, onde o personagem abdica de toda a culpa que poderia sentir com aquilo tudo, quando colocou pra fora, para a pessoa a qual a verdade mais importava.

No entanto, imitando fortemente a vida, nem tudo em Entre Nós é resolvido. Boa parte das montanhas de sentimentos que preenchem o filme ficam sem um final propriamente dito, mas é isso que é tão legal aqui: a forma com que todos os envolvidos lutam pra criar uma realidade constante, montar uma linha do tempo muito crível. E não resolver conceder a nós, meros espectadores, aquilo que a gente quer de mão beijada é um recurso curioso, e muito atraente.
Luis R.
Luis R.

23.315 seguidores 759 críticas Seguir usuário

1,0
Enviada em 30 de dezembro de 2014
Muito Ruim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Icaro A.
Icaro A.

43 seguidores 18 críticas Seguir usuário

3,5
Enviada em 27 de abril de 2014
Tudo começa em 1992, quando sete amigos se encontram reunidos na casa do campo de um deles, muita curtição, fumo, bebida e sexo no ar e eles resolvem escrever cartas para serem lidas dali dez anos. Felipe (Caio Blat) e Raphael (Lee Taylor) são aspirantes a escritores e vivem debatendo e se aconselhando sobre seus livros, Felipe anda às desavenças com seu livro enquanto Raphael finalmente encontrou seu fim ideal, porem junto com o fim ideal de seu livro, veio o fim inesperado de sua vida, num carro, bêbado, indo comprar mais bebida, uma brincadeira, mudança de faixa, um caminhão, um desvio, uma ribanceira e o final todos sabem.

Do acidente e o tempo muda tudo, o filme dá um loop pra 2002, dez anos após a reunião, véspera da leitura das cartas, aqueles amigos afastados e mudados pelo tempo devem agora se reunir e acabam ressuscitando problemas do passado, um dos maiores problemas é o maior sucesso de Felipe e se chama “Ponto de fissura”, um livro lançado por Felipe, mas que não necessariamente foi escrito por ele. Esse reencontro desenterra a culpa, as inseguranças, os problemas de casais, os problemas de solteiros, os velhos amores e as novas relações e ligações.

O filme encontra seu equilíbrio perfeito ao oscilar entre o drama dos problemas íntimos e coletivos e as ironias dos problemas que acontecem, drama esse bem visualizado nas cenas de culpa de Felipe e na autoflagelação de Gus (Paulo Vilhena), e humor pra quebrar esse clima, como a cena do pernil queimado e as discussões políticas da eleição presidencial e futebolísticas da copa de 2002 (irônicas, pois vemos especulações sobre um fato que não ocorreram no tempo do filme, mas que já sabemos que fim terá). O filme vai levando bem e consegue convencer da infalibilidade do roteiro quase o filme.

Quase o filme todo pois o roteiro tem uma leve falha (a meu ver) no final, não posso explanar muito sobre essa falha, mas falo que o final deixa pontas soltas, não pontas que remetem a uma continuação, mas pontas que remetem a sentir que o filme terminou antes de seu verdadeiro fim, sinto que o final deveria ser mais trabalhado para se assemelhar mais a um ápice do que a uma interrupção. Concluindo, o filme é muito agradável, tem cenas de topless, palavrões e insinuações sexuais (estereótipo do cinema brasileiro que está sendo dito não como critica, mas sim como aviso para aqueles que achem que esse é mais um filme familiar) porem nada tão ofensivo à moral dos que (seguindo corretamente a censura) o assistir, ele tem um bom inicio e bom desenrolar, porem uma finalização meio incompleta, mas nada que invalide o resto do filme ou que cause arrependimento, recomendo assistir (não se preocupe, se você se decepcionar com o final vai ser apenas no exato momento em que aparecem os creditos, não há nada de decepcionante no filme).
Rafael R.
Rafael R.

12 seguidores 35 críticas Seguir usuário

4,0
Enviada em 1 de abril de 2014
O filme é “Cabeça”.

Intelectual.

Ideários políticos são colocados o tempo todo e expostos claramente na grande tela.

Como conseqüência disso: conflitos, brigas e questões existenciais marcam cada participante do grupo.

Eu, particularmente, fiquei muito marcado, pois fiquei de olho bem abertos num ÚNICO detalhe: A SAIA CURTINHA DE UMA MENINA QUE SENTOU DO MEU LADO NO CINEMA.

Puuuuuuuuuuuuuuuuts grilll

Aaaaaah, que pernas !!!!!!!!!

Que pernas !

Bem, tava fascinado nas pernas da garota. Eram lindas, bem torneadas, depiladas e mais, MEUS OLHOS NÃO PARAVAM DE OLHAR AQUELE MONUMENTO…

Aproveito aqui para relatar todos os pensamentos que tive sobre AS COXAS DESSA GAROTA…Irei falar tudo SEM PUDOR.

Se prepare.

São relatos fortes. Emoções que irei escrever aqui de um modo imensurável.

Os relatos serão fortes. Logo, recomendo que vc se prepare.

Não saia daí.

Se você não deseja saber, por favor, pule para “SOBRE O FILME” que lá eu irei detalhar melhor os fatos do filme.

RELATO SOBRE AS PERNAS DA GAROTA DO CINEMA:

Era algo brilhante, sabe? Um cheiro que todos os homens que passassem próximo, sentiriam.

Vou começar agora. Repito: SERÃO RELATOS FORTES…

Já falei: Saia fora daqui logo e pule para “SOBRE O FILME” se não deseja se espantar.

Estou dando uma chance de você sair daqui e ir ler outra coisa…

Então. Cai fora…vai, vai, vai !!!!

Já foi?

Não néh???? Quer saber sobre a babado néh????

Safadeeeeeeeeeenho !!!!

Bem, a garota era bem cuidada e cheirosa. Ela chegou bem devagar e de mansinho me perguntando se poderia sentar alí. Eu disse que sim.

De repente, eu sinto uma mãozinha boba me tocando…

Já viu isso alguma vez? Aquela mãozinha boba? Bem devagar?

Mas, sei lá…Tu ta querendo que eu fale do filme, ou que eu continue com essa experiência inenarrável pelo qual passei?

Quer que eu continue falando?

Mas tu não veio aqui só pra ver sobre o filme????

TU ÉH CARA-DE-PAU HEM?????

Mas não vou falar, pois, aqui é um espaço de relato sobre o filme, lembra?

Então, TU SE FUDEU !

Vô falá porra nenhuma. kkkkkkkkkk

Vai logo ler sobre o filme aí abaixo, vai.

“SOBRE O FILME”.

Bem, a garota de saia curta, veio e me falou que ela tava…

Ops, esqueci…Aqui é só sobre o filme, néh?

Foi mal.

Esqueci que vc não quer saber.

Voltando pro filme.

O elenco é cabeça.

Uma galera que geralmente é chamada para fazer filmes políticos e tals…

A única pessoa que não se enquadra ali e não tem sentido nenhum no filme e acaba ficando meio que de lado, é a Carolina Dieckmann. Não recordo de personagens cabeça que ela já tenha feito. Personagem apagado no filme.

O filme retrata um grupo de amigos escritores que em 1992 cada um escreve uma carta, colocam numa caixa e enterram, para que depois de 10 anos, todos se reencontrem para ler.

Na boa?

Essa parada não presta e nunca prestou.

Na televisão já foi mostrado uma série onde amigos de escola se reencontram E SÓ DÁ MERDA.

E agora, nesse filme, o diretor tenta fazer esse reencontro novamente, E DEU MERDA DE NOVO.

Cara, pra quê reencontros?

Pra quê isso?

Se a afinidade pelo menos fosse forte, tudo bem, mas não é isso que o filme retrata.

No filme, poucos sabem sobre poucos depois de 10 anos.

Logo, vou retornar para a fala sobre A GAROTA DA SAIA CURTA, valeu?

Beleza?

Zuando.

É sério agora.

Um cara é apaixonado por uma menina no filme, aliás, ele escreve isso na carta que enterra, E SE SENTE MAL POR ISSO.

A garota que ele gosta até já tem um filho, SEM QUERER ESSE FILHO É CITADO NO FILME, e ele nem sabe. Ou seja, por aí você nota A TOTAL FALTA DE AFINIDADE QUE UM TINHA PARA COM O OUTRO no grupo.

Cara, na boa?

Irei falar de mim agora.

Teve amigos meus que se casaram E NEM MANDARAM NOTÍCIAS. E são amigos de escola, de infância.

Pra quê forçar algo que não queremos?

Ninguém é obrigado.

Outra coisa que o filme mostra também, é a falta de vontade de um integrante do grupo DE TER UM FILHO. Isso é muito forte nele. A ficante ou namorada quer um filho, ELE NÃO.

Fica aqui uma crítica sobre isso: PRA QUÊ TER FILHOS HEM GALERA? Num mundo como o que estamos vivendo, ter filhos SÓ VAI SOBRECARREGAR ALGUM IDIOTA, e geralmente, é quem paga a pensão. Ter um filho SÓ PRA “UM” GASTAR DINHEIRO COM ELE, é mole néh????

Pow, recebi recentemente um convite pra ir num casamento, e a pessoa que me convidara disse que queria ter A PLENA CERTEZA de que eu iria no casamento, pois os convites que ela iria fazer TEM CUSTO.

Na boa? Se a pessoa já ta sem grana pra mandar fazer um convite, PRA QUÊ CASAR???? Pra passar aperto????

Desejo felicidades, MAS TÔ FORA DESSA PORRA.

No filme, muitas coisas desagradáveis são mostradas. Ou seja, estamos falando da relação humana.

Na boa? Amigos são aqueles que tem A-F-I-N-I-D-A-D-E. E ponto final.

Tenho colegas que são Cristãos FUNDAMENTALISTAS, como poderia, eu, ter algum tipo de afinidade com isso?

Creio que o filme tenta nos passar uma coisa chamada MATURIDADE.

E isso fica latente no filme: A SAÍDA DA ADOLESCÊNCIA PARA A FASE ADULTA.

Bom, brincadeiras a parte, a minha ida ao cinema foi bacana e produtiva. Ir em cinema que não está dentro de um Shopping, É FODA. Você tem que comprar as coisa todas fora do cinema.

Uma barra de chocolate garoto, no cinema, tava quase R$9,00 , sendo que fora do cinema, uma barra de chocolate custava R$3,50. Ou seja, nem precisa de comentários né?

Fico por aqui, recomendando SAIAS CURTAS…

ops, digo…foi mal…

Fico por aqui recomendando o filme SE VC GOSTA DE FILMES IDEOLÓGICOS, MORALISTAS E POLÍTICOS…

Até a próxima SAIA CURTINHA galera, ops, digo, ATÉ O PRÓXIMO FILME PESSOAL.
anônimo
Um visitante
3,5
Enviada em 1 de março de 2015
Sete amigos,que tem uma paixão em comum pelo os livros,se reúnem em uma casa isolada de campo.Aparentemente,todos são bem íntimos.Entre Nós,é um filme que aposta muito no elenco.Bem forte e bem montado.Com bons nomes do nosso cinema e tv.Caio Blat,Carolina Dieckmann,Maria Ribeiro,Paulo Vilhena,Julio Andrade,Martha Nowill e Lee Talor,vivem respectivamente,Felipe,Lúcia,Silvana,Gus,Cazé,Drica e Rafa.A direção fica por conta de Paulo Morelli.O responsável por dirigir,Cidade dos Homens,tanto para o cinema,quanto para a tv,em três episódios.Morelli consegue unir bem,o suspense e os mistérios ,que cercam os personagens.Pois,na história,temos o acidente de Rafa (Lee Talor),logo no começo do filme.O que muda drasticamente o rumo da amizade de todos,quando as cartas que eles enterraram,serão abertas após dez anos.Com grandes descobertas,onde colocarão alguns personagens contra a parede.
Vilmar O.
Vilmar O.

1.988 seguidores 357 críticas Seguir usuário

3,5
Enviada em 17 de janeiro de 2016
Ótimo drama, aliás, é difícil filme sobre escritor ser ruim.
O elenco é muito bom. Vale a pena assistir.
Yanko Rodrigues
Yanko Rodrigues

347 seguidores 254 críticas Seguir usuário

4,5
Enviada em 12 de fevereiro de 2020
Entre Nós é um grande filme. Conta com grandes atuações, só peca um pouco no final. O filme mostra como somos ingênuos na juventude, e como a vida pode ser injusta. Me segue no Adorocinema para não perder nenhuma crítica minha.
Marcio M.
Marcio M.

9 seguidores 1 crítica Seguir usuário

1,0
Enviada em 31 de março de 2014
Se pensar em assistir a um filme nacional, evite Entre Nós.
Apesar da afirmação do diretor de que é uma tentativa de discutir moralidade da classe média, o filme é sem pé nem cabeça, começa sem sentido e termina com sentido algum, atores maravilhosos perdidos em personagens sem expressão, cenas com longas pausas nos diálogos, que chegam a dar sono ( eu cheguei a quebra pescoço duas vezes).
O debate sobre a ética se perdeu, num excesso de fotografias da paisagem de dos atores em cenas banais.
O filme é chato, massante, demorado, com poucos diálogos.
o único personagem com regularidade em cena é um besouro que estranhamente aparece no inicio do filme ( quando as personagens são jovens) e dez anos depois no rencontro( quando eles já são adultos), só que ninguém entende... QUE P... AQUELE BESOURO TEM DE TÃO IMPORTANTE PARA MERECER TRÊS CLOSES!
EVITE, FUJA...
Sandro P.
Sandro P.

7.358 seguidores 572 críticas Seguir usuário

2,5
Enviada em 1 de julho de 2015
Um filme previsível e morno, melancólico em alguns momentos e engraçado em outros.
Marcio S.
Marcio S.

103 seguidores 126 críticas Seguir usuário

5,0
Enviada em 5 de dezembro de 2014
Ao assistir ao trailer de Entre Nós me lembrei a imagem de Josh Brolin em “Você vai encontrar o homem dos seus sonhos” de Woody Allen. Temos uma situação parecida com a história contada nesse filme. Enquanto a história de Woody Allen é descontraída, a história narrada pelo diretor Paulo Morelli (que é o roteirista do filme) e o codiretor Pedro Morelli é muito mais tensa. O filme consegue manter algo no ar que parecia ser difícil de conseguir, já que o roteiro não procura esconder nada do espectador. O diretor não está interessado em nos esconder algo, mas sim expor algo.
O grupo de amigos Felipe (Caio Blat), Lúcia (Carolina Dieckmann), Silvana (Maria Ribeiro), Gus (Paulo Vilhena), Casé (Julio Andrade), Drica (Martha Nowill) e Rafa (Lee Taylor) dividem uma casa e suas aspirações em 1992. Cada um tem um sonho e como são grandes amigos resolvem escrever cartas para lerem daqui há dez anos. Quando uma tragédia acontece, eles só conseguem se reunir após esses dez anos passados. Esse encontro irá expor algo em cada um, além de revelar um segredo guardado desde a época da tragédia que marcou a vida de todos.
Adotando um design de produção com apenas uma locação durante todo o filme, mas que é o bastante para narrar a história, os diretores acertam ao colocar os personagens em um cenário que nos evoca à algo primitivo, algo como um verdadeiro Jardim do Éden, mas sem cair em qualquer clichê. Aqui o fruto é algo que se encontra na mediocridade dos homens e fala sobre um local interior em que o ser humano busca ter algo sem ao menos ser. Neste lugar a vaidade é a busca pela satisfação do ego. Assim como Éden bíblico o pecador também será expulso do paraíso.
O filme aborda a necessidade que temos de retornarmos a um momento de nossa vida para corrigir algumas coisas. Me lembra de uma frase dita no filme Magnólia que diz que nós já passamos pelo passado, mas o passado não passou por nós. Algo inacabado naquele dia precisa ser reparado. Para isso eles marcam após esses dez anos retornarem para buscar aquele momento que foi cortado de suas vidas, assim como a árvore que só apresenta uma parte de tronco. Assim aos poucos o roteiro constrói brilhantemente um retorno até o momento em que eles foram obrigados a se separar para corrigir tudo que ficou errado. A mediocridade será desmascarada, um terá que abrir mão de alguma convicção para não perder quem se ama, o casal que nunca poderia ter se separado tem a chance de escrever uma nova história, a mulher que tanto amou alguém tem a chance de ver que havia algo reciproco e por fim esse alguém pode ser reconhecido como deveria ser se por acaso tivesse continuado a viver.
Assim Entre Nós consegue construir algo metafórico em suas imagens. A natureza já citada, a árvore cortada, o salvamento de um pássaro e o momento de seu voo, o inseto que sempre aparece de cabeça para baixo até o momento que as coisas parecem tomar um rumo certo e então um deles consegue ajuda-lo a voltar a andar, a estrada, um carro que sai da estrada, um balanço que entra e sai de cena, enfim tem tantos planos que captam tão perfeitamente a história do filme que fazem com que ela consiga ser narrada além de diálogos.
O elenco é praticamente composto pelo atores já citados e cada um conseguiu convencer de seu papel de maneira que enxergamos seus verdadeiros sofrimentos e suas angústias. Conseguimos enxergar uma angústia por parte crescente em Felipe, o sofrimento velado de Lúcia, a falsa convicção de saber o que quer da vida de Silvana, a luta interna de Casé para ter que abrir mão de algo que ele tem tão convicto, o ser incompleto que Drica é por não conseguir realizar seu maior sonho, algo como uma sensibilidade inerente a personalidade de Rafa e a instabilidade emocional de Gus.
A fotografia consegue retratar algo ao mesmo tempo de uma natureza quase intocada, com uma bela iluminação e em seus momentos soturnos ou em momentos de pouca iluminação realçar a natureza da situação. Uma cena que me chamou muito a minha atenção é a de um momento em que dois personagens saem da sauna e a fotografia capta os dois entre sombras e com aquela fumaça que é exalada de seus corpos.
O filme tem uma trilha sonora que ao meu ver remete a algo medieval para enaltecer aquela natureza impecável e quase intocada que o filme retrata. Há momentos que a notas pronunciadas pelo instrumento nos contam algo sobre o desejo, um amor, em outros momentos consegue soltar notas de tensão e em outros de introspecção. Também achei o som do filme muito bem construído de maneira que tudo, o design de som, a trilha sonora e os diálogos façam um conjunto perfeito.
Cada filme deveria utilizar todos os recursos de maneira que funcionem de maneira que nada se sobreponha e sim se somem e consigam convergir para dar forma a algo que consiga formar uma massa única e indivisível. Este filme consegue isso. O único elemento que poderia ser levemente criticado é o roteiro por contar uma história que seja previsível, mas nem isso seria válido, pois mesmo que algo seja construído por nós antes do fim ele consegue nos segurar com uma tensão iminente que cresce a cada momento do filme.
Quer ver mais críticas?
  • As últimas críticas do AdoroCinema
  • Melhores filmes
  • Melhores filmes de acordo a imprensa