Diretor: Jean-Marc Valleé
Ator/Atriz: Reese Witherspoon
“Usei drogas e sexo como consolo para dor.”
Na bem da verdade, essa história de sair para natureza para se encontrar ou refletir, não soa bem aos MEUS ouvidos. Na bem da verdade, esse filme é bem parecido com outros dois filmes: Na natureza selvagem e 127 horas, esses dois também biográficos. Em comparação a esses dois filmes, a história de Cheryl Strayed se diferencia em um aspecto, e acredito que faça toda a diferença, os porquês.
Entendam, Na natureza Selvagem e 127 horas são filmes onde os protagonistas adoram ir para a natureza, curtem a natureza, procuram a natureza. Diferentemente desses dois exemplos, Cheryl tropeça na natureza.
Sua mãe sempre foi seu ponto seguro, sempre foi seu norte. Após a morte de sua mãe, Cheryl entrou numa onda de autodestruição, que inclui drogas pesadas, sexo com estranhos e prostituição. Tudo que tinha de mais seguro, mais certo, se esvaiu junto com a vida de sua mãe. Então, após se entregar a esse declínio destrutivo de sua vida, Cheryl tenta retomar tudo que se perdeu junto com a morte de sua mãe, através dessa travessia.
Foi aí que a protagonista desse filme tropeça no inesperado. Nessa busca por amadurecimento e superar conflitos internos. Foi o recomeço nesses 1770 km.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção nesse filme foi como ele foi montado, de forma que a história de Cheryl é contada em fragmentos de memórias em desordem, e o mais interessante para eu é que, as memórias não surgem como o algo normal ou simples que vem quando você senta na sacada de sua casa para refletir ou quando você fica 5min a olhar para o horizonte, não.
As memórias vêm em pequenas situações que nos remete a outro estado, partida de um gesto, de um cheiro, de uma música ou de uma simples forma. Essa é a melhor coisa do filme, pois nos remete a outro estado, o estado de realismo.