Uma observação pontual de como somos reféns do que chamamos de vida. Assim, nestas palavras, podemos traduzir o que "O Juiz" traz para as telas. Por falta de tempo entre a faculdade e o trabalho, deixei para ir às telonas assistir este filme apenas agora, na última semana de exibição, mas como um fã declarado do protagonista não poderia deixar de vê-lo interpretando um drama que, além de ser um bom filme, é um retrato da realidade presente na vida de muitos de nós.
Deixando o emocional de lado e tratando da produção, o filme tem um roteiro bem amarrado e relativamente fácil de ser compreendido, desde as pequenas nuances de comédia (mesmo que trágica) para aliviar o clima, até o clímax de tensão. Isso pode ser até tratado como clichê, mas acredito que a produção do filme e seu diretor, David Dobkin, desejavam isto. Downey parece já ter incorporado aquele ar superior e sarcástico, presente em quase todos os seus últimos personagens e em "O Juiz" isso não é diferente. Mas justiça seja feita, pois Robert Duvall consegue equilibrar perfeitamente a balança com seu personagem irritadiço, antipático e mergulhado em problemas complicados demais até para o dinheiro de Tony Stark, digo, digo, Hank Palmer (Downey).
Um ponto alto, na minha opinião (de profissional do ramo) é a trilha sonora. Thomas Newman surpreendeu com a música original muito bem encaixada em todos os momentos e mais ainda, com as escolhas para a trilha musical. Confesso que pensei "não, ele não está falando sério" quando Bon Iver começou a tocar nas caixas do cinema e o acréscimo da versão de Willie Nelson para a música "The Scientist", da banda Coldplay, também foi uma ótima ideia.
"O Juiz" não é nenhuma caixinha de surpresas, mas faz bem o que se propõe a fazer. É bom ficar de olho nos próximos lançamentos do Team Downey, pode ser que venha muita coisa boa por aí. Até a próxima!