Fui assistir o filme achando que Joseph (pai de Robert no filme) era apontado como suspeito pelo assassinato da sua esposa e que sofria do Mal de Alzheimer, assim como a maioria das sinopses falam, mas não é o que acontece no filme.
A mãe de Hank (Robert) morreu por causa de um coágulo que se formou em sua perna esquerda e subiu para o coração, causando a sua morte e seu pai não tem Alzheimer
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Hank/Henry é um advogado pretensioso, que se acha o melhor, possui um bom carro, uma esposa jovem e bela, uma casa espetacular, ou seja, o homem perfeito, mas o seu mundo está para desmoronar a um passo. Hank fica sabendo da morte da sua mãe quando está no tribunal defendendo um homem por desvio de dinheiro, assim, ele volta para a pequena cidade onde cresceu em Indiana para o velório de sua mãe, onde os problemas de sua família começam a ser revelados. Logo no inicio do filme é que vemos que a vida perfeita de Hank é só fachada. Ele está prestes a se divorciar, tem problemas com o pai e estragou a carreira de sucesso de seu irmão mais velho.
O filme é cheio de paisagens lindas, a trilha sonora é perfeita e se encaixa impecavelmente nas cenas, nos emocionando com pouco. O que posso dizer é que o filme fala sobre amor, ódio, medo, redenção e aprender a perdoar e aceitar de uma maneira que nem todos nós entendemos e mesmo cheio de clichês de cinema e cenas já vistas e revistas em outros diversos filmes de tribunal, "O Juiz" tem sua parcela de originalidade. A atuação de Robert Duvall como um homem doente é tão verossímil que só quem conviveu com uma pessoa no mesmo estado que ele consegue entender.
Espero ver "O Juiz" mais algumas vezes e captar detalhes que não consegui da primeira vez. É um filme simples que não te faz pensar ou deduzir o que vai acontecer, você só torce para que Hank e Joseph, enfim, se deem bem e que tudo termine de forma que nenhum dos dois saia magoado. O fim é, ao mesmo tempo, comum e surpreendente. Você não espera que aquilo realmente aconteça e quando você acha que pode parar de chorar, as lágrimas correm com mais força por sua face.
Como o próprio Robert diz, esse é o papel mais completo de sua carreira e, mesmo que as críticas digam que é mais um papel de Tony Stark disfarçado, não vi nada de Stark em Hank Palmer. O problema é que as pessoas só enxergam Robert como Tony Stark (seu papel de maior sucesso), elas não conseguem esquecer Stark e focar numa atuação completamente nova ou um personagem limpo de Robert, sem os esteriótipos de Stark. Assim como as pessoas veem Marlon Brando como Don Vito Corleone ou George Clooney como o eterno médico de ER, Robert ficou marcado como Tony Stark, porém ele só conseguiu esse papel porque tem características que o enquadravam como Stark, mas são características próprias do ator, quem acompanha as Premieres sabe do que eu estou falando.
Recomendo "O Juiz" não só por ser um filme com Robert Downey Jr., mas por ser um filme excelente que resgata os "filmes de tribunal" (que eu adoro), e tem uma fotografia primorosa, com uma trilha sonora linda. "Team Downey"* conseguiu o que queria quando gravou "O Juiz".