Liderança e Verdade
Juntar astros já conhecidos e reconhecidos pelo trabalhos é algo que geralmente tende a render um resultado, no mínimo, razoável. Em algumas situações a coisa pode ser ainda melhor dependendo da equipe e da história que motiva o enredo. No caso de LAST KNIGHTS já temos Morgan Freeman e Clive Owen, portanto, meio caminho andado; mas também temos uma história de temática medieval divertida e interessante.
Nessa produção americana, Freeman interpreta Bartok, o líder de um reconhecido grupo de cavaleiros cuja verdade e confiança atravessa séculos inabalada. O comandante dos cavaleiros é Raiden (Clive Owen), um homem justo, exigente, dedicado a sua equipe e, principalmente, a seu mentor Bartok. Com a ascensão do tirano local e exigências cada mais insensatas, o líder dos cavaleiros entra em conflito ideológico direto com Gezza Mott (Aksel Hennie), um indivíduo inescrupuloso que faz de tudo para elevar a fortuna do imperador, usando e abusando de recursos para tal. Em sua gana por extorquir a população, ele incita a morte de um importante membro local, o que gera a revolta dos últimos cavaleiros. A partir daí, o que vemos é uma interessante organização dos indivíduos para tentar retirar Gezza de sua função, algo complicado, já que ele tem recebido cada vez mais notoriedade do imperador, mesmo sendo advertido por seus excessos.
Interessante ressaltar que a forma com que o diretor Kazuaki Kiriya constrói a história, nos leva a crer em algo que nos agrada por não ser aquilo de fato, como se ele fosse contando uma história cuja finalidade tem uma reviravolta bem funcional em meados dos terceiro ato. Isso agrega um valor emocional fantástico, pois nos faz desistir de crer em um certo personagem para vê-lo moldar o resultado de forma surpreendente. É difícil comentar além daqui sem estragar a surpresa, portanto, melhor deixar para os curiosos.
Do ponto de vista técnico, LAST KNIGHTS é um bom filme com temática medieval, desde suas interessantes locações que mostram castelos reais, florestas e rochas com uma bela geografia, ajudando a compor a ambientação de forma bem eficaz. O figurino, como é de se esperar em produções de médio orçamento está excelente, com armaduras, adereços, roupas e uma grande diversidade de elementos que fazem jus ao estilo de filme. Além, claro, das boas sequências de ação, que até podem não despontar com a adrenalina de Coração Valente mas são competentes no que se propõe, simples mas funcionais. Talvez somente a parte sonora que devesse receber um maior cuidado, pois em nenhum momento ouvimos temas que realmente criam apelo, somente sons que aparecem por soarem necessários à situação, nada mais.
Sem dúvida nenhuma que a força impelida por Morgan Freeman como um personagem sempre sereno e motivador, definindo o próximo passo do grupo é decisiva; sem jamais deixar de citar que Clive Owen chegar a causar arrepios com seu olhar de raiva diante de algumas ações forçadas pelo tirano; isso concebe situações cujo resultado não podem ser descritas, já que o apelo emocional é voraz e contemplativo. A importância desses personagens, aliada a suas decisões, faz do final do filme um alívio pelo que vemos no decorrer da história.
LAST KNIGHTS pode não despontar como uma pérola cinematográfica, mas traz boas atuações de seu elenco em uma divertida história, com resultado geral acima da média. Vale o tempo investido e, ainda que não desenvolva de forma minimalista alguns pontos importantes, gera um produto final satisfatório.