São tantos e tantos filmes sobre a Segunda Guerra lançados todo ano que fica difícil você imaginar que algum consiga fugir do convencional, mas esse é o caso de Suíte Francesa, em parte. É na verdade uma trama quadrada, unidimensional, jogada em um contexto histórico excepcional. O filme acompanha Lucile Angellier (Michelle Williams), que passa os dias junto de sua sogra (Kristin Scott Thomas) esperando pelo retorno do marido, um prisioneiro de guerra. Enquanto alguns combatentes franceses retornam para a casa, o pequeno vilarejo onde Lucile mora começa a ser invadido por soldados alemães, incluindo o refinado Bruno von Falk (Matthias Schoenaearts). Apesar de resistir aos flertes do soldado, Lucile acaba cedendo e inicia uma relação amorosa com ele. Bom, a partir daí, o foco passa para a construção da relação que Bruno e Lucile(intercalada entre expressões, gestos) desenvolvem durante a estadia do oficial na pensão de Madame Angellier. É nesse ponto que está a maior força do filme, a química entre os dois é muito boa, Michelle é assim mesmo, quanto mais contida, melhor. A carga dramática da personagem é muito intensa, o público sente o conflito moral/ético de Lucille e simpatiza com a personagem, mesmo esta sendo muito inconstante. Um bom filme de época, toda reconstrução da França é muito aprofundada. Figurinos, direção de arte, fotografia, tudo muito bem feito. O problema é mesmo o roteiro adaptado, além das cenas mal escritas e entediantes, os diálogos são cafonas demais e a narração in off não combina com o clima que o filme estabelece. (E por que diabos mesmo os personagens franceses falam inglês? Ah, claro, é Hollywood). Enfim, é um filme muito bonito, dá pra passar o tempo, mas podia ter sido bem melhor...