Mais um filme da série "Atividade Paranormal", completando cinco longas. Desta vez, segundo os produtores, o filme é direcionado para o público latino-americano. O longa conta a história de Jesse, um homem que acaba sendo… bom, não darei spoilers, mas dá para ter uma ideia do que acontece com ele, ainda mais por esse ser o quinto filme de uma franquia que pouco se renova. Após o ocorrido, seus amigos tentam curá-lo e daí o filme se desenrola. O problema é que demora quase uma hora para o longa se desenrolar. Ele demora muito para realmente começar. Outro ponto negativo é a classificação do gênero do filme, que é terror. Mas ele não dá medo. Chega a provocar alguns sustos, mas ninguém sai do cinema amedrontado. É como um filme de comédia que só promove uns sorrisos. Porém o filme acerta num aspecto técnico que é a forma como ele é filmado. A câmera fica na mão de um personagem o tempo todo, algo que já haviam explorado desde o começo da franquia, o que dá uma certa sensação de realismo.
A atuação é boa, mesmo com nenhum nome de peso. Andrew Jacobs interpreta o protagonista Jesse e consegue retratar bem a transformação do personagem. Jorge Diaz é Hector, amigo de Jesse. É o personagem que está em quase todas as cenas, mesmo sendo um dos que menos aparece, isso acontece por que é ele que segura a câmera na maioria do filme. Gabrielle Walsh interpreta Marisol, outra amiga do protagonista. Sua atuação é boa. Esses atores têm uma vantagem, que é poder olhar para a câmera, o que acontece muito no filme dando a impressão de que aquilo realmente foi filmado a mão por Hector. Nenhum desses atores trabalharam em algum filme de Hollywood antes, o que significa que poderemos ver o nome deles mais vezes mais para frente.
Os efeitos visuais não são dos melhores, mas como a câmera treme muito nos momentos em que são usados, eles parecem mais realistas, isso é uma técnica usada desde sempre pelos diretores e mestres da computação gráfica. Mesmo assim, o filme não possui muitos efeitos especiais. A fotografia é pouco explorada, o que acontece muito é a granulação da imagem em ambientes escuros, afinal, teoricamente, o filme foi filmado numa câmera de mão. Ainda assim, conseguem criar (bem pior do que nos primeiros filmes) lugares e pessoas assustadores.
O filme é dirigido por Christopher Landon, diretor dos três filmes anteriores da franquia. A direção continua parecida. Como já citado, a câmera de mão ajuda a dar a tensão. Além disso, as cenas de sustos são bem construídas e, mesmo com o espectador já sabendo que vai acontecer algo assustador, a cena ainda chega inesperadamente, algo que funciona muito bem. Mas é só isso, só os sustos. Não acontece o terror.
No geral, o filme é ruim, mas vai fazer muito dinheiro, o que significa que provavelmente veremos uma continuação. Um filme que assusta, mas com um roteiro previsível. Se os produtores fizeram esse filme dirigindo-se ao público latino-americano, então eles nos consideram ignorantes. Se estão certos ou errados, só a bilheteria do filme vai dizer.