"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Enquanto eu assistia a "Longe Deste Insensato Mundo", filme dirigido por Thomas Vinterberg, me lembrei muito deste versículo bíblico, contido no livro de Coríntios (capítulo 13, versículo de 4 a 7). Ele representa bem a natureza do sentimento que Gabriel Oak (Matthias Schoenaerts) nutre por Bathsheba Everdene (Carey Mulligan).
Quando eles se conhecem, no início de "Longe Deste Insensato Mundo", eles estão em posições opostas: Gabriel acaba de comprar suas primeiras terras, onde começa a desempenhar seu papel como pastor; e Bathsheba mora com sua tia viúva. Logo, a situação será contrária: Bathsheba se torna herdeira de uma grande fazenda, e Gabriel passa a ser seu funcionário - uma espécie de capataz da sua propriedade, e seu braço direito, pessoa em quem ela confia para dividir com ela a administração da propriedade.
Por ser um romance de época, "Longe Deste Insensato Mundo" acompanha a jornada de Bathsheba, como a mulher independente que é e com a posição que ela ocupa na sociedade, e a atenção que ela desperta em seus diversos pretendentes (cada qual, aliás, com sua personalidade): além de Gabriel, temos o proeminente fazendeiro William Boldwood (Michael Sheen) e o sargento Frank Troy (Tom Sturridge).
O que eu mais gostei em "Longe Deste Insensato Mundo" é a forma que o filme fala sobre as escolhas que fazemos na nossa vida - e também sobre aquelas que deixamos de fazer - e sobre como isso acaba definindo boa parte do nosso destino. Baseado no romance homônimo escrito por Thomas Hardy, o longa irá acertar em cheio os corações de quem gosta deste gênero - com locações muito bem enquadradas pela fotografia e com uma trilha sonora maravilhosa. Me lembrei muito dos filmes baseados nas obras de Jane Austen e achei surpreendente ser uma obra dirigida por Thomas Vinterberg - por ser algo completamente diferente de tudo que ele fez em sua carreira, o que faz com que a gente tenha dificuldade de enxergar a marca do diretor nesta obra.
Interessantíssimo assistir prestando atenção em como o ego atrapalhou tudo por ali... Trouxe um certo caos... Até serem capazes de reconhecer a essência! Lindo filme! Não entendi a baixa classificação!
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