Fim do mundo. Por alguma razão, divina ou não, és o último sobrevivente da Terra e assim como não sabes explicar o motivo pelo qual sobreviveu, tampouco saber como alguns raios de quilômetros aonde você se localiza, também fora poupado. O que lhe restar fazer? Viver! E torcer para que mais alguém tenha sido abençoado..... Diferentemente de PARA MINHA AMADA MORTA (2015) que possui uma narrativa lenta, quase "ponto morto", a boa adaptação sobre a obra homônima de Robert C. O’Brien (publicada em 1975) nas mãos do roteirista Nissar Modi e nos olhos do diretor Craig Zobel, apesar de possuir também uma narrativa lenta, se desenvolve, cria suspense, tensão e há muito na trama para se observar, que não é necessário fixar os olhos sem piscar, apenas curtir a pipoca no sofá. De fato, não temos ação nenhuma e sim uma ansiedade em saber como será o próximo ato. O enredo trata de vários assuntos, desde religião até racismo. E é incrível como relata o mundo selvagem que há entre nós humanos, como por exemplo o macho "alfa" se incomodar com um possível concorrente do bando. Fantástico! Lógico que todo o espetáculo "parado" é de grande parte (se não exclusiva), responsabilidade dos únicos três atores: Margot Robbie (a já eternizada Arlequina dos cinemas e com uma bagagem de 13 filmes. E como ela é linda, PQP! Que olhar! Aiaiuiui.....), Chiwetel Ejiofor (ótimo ator, a cena em que ele se vê livre do traje é tocante! Fez grandes filmes como 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO de 2013, FILHOS DA ESPERANÇA de 2006 e irá atuar em DOUTOR ESTRANHO este ano de 2016. No total até hoje são 34 trabalhos nas telonas) e Chris Pine (o recente Capitão Kirk nos cinemas da saga Star Trek e no currículo possui 27 filmes). Os três formam um intrigante triangulo amoroso, que aos poucos, vai crescendo o desejo e o conflito entre eles. E sobre o título original, fui pesquisar o porquê deste e descobri que é a mais pura religião mostrada "entrelinhas" nesta história do que aparenta (tal como reza a crônica do Livro de Zacarias do Antigo Testamento, este “Zacarias” de Zobel, rouba-lhe a mística da reconstrução material e redenção humana). A Trilha Sonora está perfeita e bem introduzida. A Fotografia é bela por mostrar a solidão dos personagens no campo, em vez de ser em alguma cidade qualquer. E o desfecho pode não agradar alguns, mas eu achei que foi de bom tom, pois deixa que o ponto final seja discutido pelas pessoas "em uma mesa de bar" após assistirem. Foi uma pena que acabou, poderia ter mais tempo. O único problema e ai teria que falar com quem entende, é sobre a água radioativa e se o impacto é o mesmo mostrado na película, eu achei que era mais prejudicial mas.....não sou nenhum Bruce Banner (para quem não o conhece, é o alterego do Hulk). Bom entretenimento! O que poderia acontecer se apenas uma mulher e dois homens fossem o legado do planeta? Não, não pensei em um ménage à trois com a musica do grupo Companhia do Pagode ao fundo: ".....uma mulher no meio e dois homens fazendo sanduiche....." (adaptada)...