Para quem não entendeu o filme e ainda tem dúvidas quanto a algumas questões que foram desencadeadas dentro da narrativa, fique tranquilo, pois irei revelar a você tudo isso.
A trama se baseia no genesis da criação, que propositalmente inverte os papéis e simplifica o início do problema com um caos mundial de origem química. A grande questão é que a personagem principal é a chave da mudança significativa de toda a estória.
O cientista é a pessoa que levaria a tensão de todo o enredo, mas que também mostraria que, desde os primórdios da civilização, a lei de talião (olho por olho e dente por dente) era a solução mais certa que existiria para a solução de um impasse, e isso faz resgatar a origem de todo o mal, trazendo a tona a natureza humana e os sentimentos de aversão, inveja, ciúmes e etc.
O terceiro personagem, amante da protagonista, é o ponto de virada da narrativa principal, deixando de lado o problema criado (o caos mundial) e dando espaço para os instintos primitivos de sobrevivência. Seria ele a pessoa capaz de iniciar um impasse entre o cientista, para assim dar o desfecho necessário na trama.
Em resumo, o cientista vendo que a protagonista se envolveu com o amante, passou a sentir traído e ameaçado com a relação tomada. Quando ele fica sozinho com o amante, após a saída da protagonista, propõe a terminar o que eles começaram, daí surge o impasse seguido de uma grande tensão.
No momento em que o cientista termina o moinho e o amante quase caí do alto do penhasco, a trama exige que uma decisão seja tomada, e o mesmo toma essa decisão, que seria matar o amante.
Após o ato consumado, o autor da ficção vislumbrada, encontra uma forma de dizer ao telespectador o que aconteceu no moinho. A cena em que a protagonista empurra o copo de cima da mesa e ele caí, simulando a morte do amante.
Por fim, segue a protagonista, vendo que o serviço no moinho funcionou, ela se dirige ao piano e em seguida surge o cientista. No momento em que a canção tema da trama é tocada novamente, a protagonista remete ao caos mundial e ao isolamento, e o cientista, sentado ouvindo a melodia, remete ao remorso dos dois crimes cometidos, por pura vaidade.
Na visão do autor, Isso tudo é para justificar os instintos primitivos de sobrevivência em uma situação hipotética de isolamento forçado por desastre natural ou não, que por medo e insegurança forçam os indivíduos a irracionalidade de suas ações.