The Batman de Matt Reeves (trilogia Planeta dos Macacos e Cloverfield - Monstro) é o melhor filme de 2022. Falo isso facilmente e sem titubear e não só por Something in the way do Nirvana. O novo filme do "Homem-Morcego" consegue a façanha de se "assemelhar" ao maior filme de herói já feito até hoje (Batman - O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan) não somente pelo realismo apresentado em ambas produções, mas pelo vislumbre de mostrar um Batman (Robert Pattinson entrega muito como sempre) que anda na linha tênue entre ser herói ou vilão. Na verdade, se parar para pensar e analisar, vamos chegar a conclusão que o Homem - Morcego sempre teve essa dualidade e isso é muito bem explorado nesse novo longa que traz mais do lado psicológico e detetive do personagem. Esse é um dos grandes acertos de Reeves, que consegue explorar um Batman ano 2, início de carreira praticamente, nunca antes visto no cinema, e o mais impressionante é como ele consegue narrar a mente de um playboy "surtado", um sociopata funcional que sai nas noites vestido de morcego para bater em bandido (seria o Batman um fascista?). Acredito que nesse ponto, a brutalidade presente nesse filme é muito mais sombria que o "Cavaleiro das Trevas". O filme em si é bem mais sombrio desde sua identidade visual em vermelho, a narração do Batman como alguém que causa medo (vingança), sai das sombras com passos pesados - pela excelente trilha sonora de Michael Giacchino - ao brilhar do bat-sinal, além da concepção de um antagonista como o Charada (excelente Paul Dano), onde o diretor aqui subtrai toda a caricatura do vilão e o transforma em um psicopata, literalmente, retirado de um dos filmes de David Fincher, mais um acerto do roteiro de Matt Reeves e Peter Craig que consegue agregar bons takes de filmes Noir que trabalham de forma magistral com essa temática de investigação policial. Matt Reeves é um excelente diretor, seus enquadramentos (cena do Batmóvel com o Batman invertido é excepcional), toda essa composição consegue trazer algo novo com várias referências do herói em HQs e mídias diversas. Outro ponto bem cru, além da violência (cena da boate é pancadaria pura), é como o diretor consegue transpor para a tela pautas do mundo real, não só a psicopatia dos personagens, mais a questão de comunidades em redes sociais, fóruns que se assemelham ao neonazismo, onde pessoas doentes se reúnem com ideias extremistas e de extermínio - o clímax final é muito "Cavaleiro das Trevas, porém é muito bom, muito bom mesmo! Para mim, The Batman é fora da curva, vai além de um filme de super-herói, assim como "Coringa" de Todd Phillips que mais parece com algo artístico e autoral (obra de arte), cinema bem feito. Filmaço em todos os sentidos!
10/10 - EXCELENTE