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    De Repente Pai
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    De Repente Pai

    O problema do excesso

    por Lucas Salgado

    Vince Vaughn é um cara divertido, com boas presenças em longas como Penetras Bons de BicoSeparados pelo CasamentoOs Estagiários. Mas ele tem um sério problema: sempre escolhe o mesmo tipo de filme e, pior, de personagem. Seu David Wozniak em De Repente Pai já foi visto em várias de seus longas, como os três citados e ainda Com a Bola TodaEncontro de CasaisVizinhos Imediatos de 3º Grau... Ele é sempre o cara super simpático e divertido que não liga muito pra dinheiro e que, por causa disso, está sempre com problemas financeiros. Muitas vezes tem uma namorada linda, mas sofre para manter o relacionamento, uma vez que simplesmente não é muito confiável.

    Refilmagem do longa canadense Meus 533 Filhos, de 2011 (sim, 2011!), De Repente Pai possui uma premissa bem interessante: um homem (Vaughn) que doou esperma em uma clínica de fertilização descobre ser pai de 533 jovens, que querem conhecê-lo. Contrariando a recomendação do advogado (Chris Pratt), ele decide contatar alguns de seus filhos e acaba se identificando com eles. Ao mesmo tempo, tenta convencer a namorada (Cobie Smulders) de que ele é um cara responsável o bastante para cuidar dela e do filho que espera.

    O romancezinho é bobo, com Smulders em um papel bem vazio e desinteressante, bem diferente de sua Robin de How I Met Your Mother. Já a dinâmica entre Vaughn e Pratt funciona, com o segundo revelando todo seu talento cômico de Parks and Recreation. O protagonista também se sai bem nas cenas em que conhece seus filhos, conseguindo transmitir uma emoção genuína.

    Delivery Man (no original), no entanto, tem um problema série de tom. Trata-se evidentemente de uma comédia, mas o longa arrisca alguns momentos de drama que não funcionam muito bem. Se por um lado, o arco do sujeito descobrindo possuir um filho com deficiência emociona, a insistência em mostrar a consequência das dívidas do personagem principal não cumprem função na história, até porque fica claro que em algum momento o filme optaria por uma solução fácil.

    Dirigido pelo mesmo cineasta responsável pelo original, Ken Scott, o filme não empolga, mas oferece alguns momentos bem humorados, a maioria presente nos encontros do personagem de Vaughn com seus filhos (dentre eles Jack ReynorBritt Robertson) e sua decisão de se tornar uma espécie de anjo da guarda (não super-herói).

    Com músicas de The Strokes, AC/DC e Van Morrison, a seleção é interessante e mantém o espírito elevado da produção, embora a trilha instrumental escorregue em alguns momentos ao tentar criar um clima mais pesado ou mais emocionante.

    A ideia de uma pessoa ter mais de 500 filhos é divertida por si só, mas ao final fica a sensação de que o longa não entregou risos o bastante. É legalzinho. E só.

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