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    A Grande Beleza
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    3,9
    310 notas
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    45 Críticas do usuário

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    Gisele R.
    Gisele R.

    15 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 4 de março de 2014
    É fato que A Grande Beleza descortina a decadência de Roma e da sociedade ocidental contemporânea, denunciando-lhe a superficialidade nos relacionamentos e a mediocridade nas almas. É também notória a dura crítica à perda de aura que acomete a arte em todas as suas manifestações, cada vez mais sujeitas a soluços egocêntricos desprovidos de sentido e intenções elevadas.

    Mas o filme de Paolo Sorrentino é, sobretudo, uma reflexão cortante sobre a arte de envelhecer sem que se perca o afã de buscar razões para viver; é a história de um homem comum que se fez diferente pelo livro escrito há quarenta anos e que, durante este tempo, entre uma exuberância e outra da cidade pulsante, tem vivido em busca de alguma grande beleza capaz de justificar a sua existência. A vida mundana e confortável de Jep Gambardella confronta-se com um vazio interior inquietante diariamente emoldurado por cortes de linho sob medida para um Toni Servillo sessentão capaz de deixar muita mocinha apaixonada. Ele tem dinheiro, prestígio e inteligência. Mas lhe falta alguma (muita) coisa.

    Festas regadas a bebidas, drogas e mulheres fáceis no sexo e difíceis na lida. Um trabalho que não o engrandece. A solidão de ter na assistente do lar o único esteio para conversas mais profundas. Jep é um homem intenso soterrado por essa vida demasiadamente prosaica. Mas, ao completar 65 anos, decide que pode abandonar uma mulher na cama porque não suporta ouvi-la falar de futilidades: “vou agora deixar de fazer o que não gosto”, diz ele. Também pode seguir alheio a strip-teases grosseiros, passar a noite com uma mulher e acordar feliz depois de não ter sexo com ela: “é bom sentir que simplesmente gostamos de alguém”, contempla, satisfeito.

    As lembranças do amor da juventude, quando uma linda moça lhe apresentou as delícias do corpo numa praia paradisíaca, parecem ser apenas uma caricatura para mostrar que Jep não perdeu o vínculo com a pureza, com a simplicidade, com a sensibilidade, com a grandeza de alma. E, falando em alma, o diálogo com um cardeal romano revela as fragilidades do catolicismo e a premente necessidade do protagonista de refletir sobre espiritualidade e entender o que está por trás dos desígnios divinos. A Grande Beleza é, afinal, um filme de amor e esperança. De busca e contemplação.
    Willian M.
    Willian M.

    16 seguidores 46 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 17 de agosto de 2015
    É bonito de morrer. Tudo é muito complexo nos dias atuais. Tudo é muito ligeiro ou sorrateiro, quando nos damos conta, passou cinco anos, dez anos e você está ali no mesmo lugar, na mesma cidade, nas mesmas companhias, no mesmo emprego, quase sem nenhuma evolução, mas eu pergunto, para que? Quem não se identificou que atire a primeira pedra.

    Paolo Sorrentino nos confronta com essa realidade mas quase que de forma inversa, nos apresenta Jep, um escritor que vive do sucesso do seu único escrito, após 40 anos do lançamento, e com 65 anos, ele ainda cole os frutos desse sucesso romano. Do alto de um terraço, vemos as comemorações de uma festa regada com muitas bebidas, comidas e vários amigos e adentramos a vida de Jep.

    Mas como um vício, está vida o domina a ponto de não ter mais motivação para outro livro. Apesar de muitos amigos, Jep se vê muitas vezes sozinho ao redor deles, as festas e discussões cultas só o fazem sentir mais sozinho entre os vários copos de champanhe e as suas relações amorosas não tem a sagacidade suficiente para se estender e se tornam apenas passatempos.

    Mas a cada dia que passa nesses, vai se construindo a ideia de que ele não pode perder mais tempo com coisas fúteis e supérfluas e assim começa a dar importância para o que realmente interessa. A partir daí, Jep vai sentir o gosto de sentimentos profundo como perceber o primeiro amor novamente e até relembrar um, vai cheirar o que há de melhor nos sentidos humanos.
    O diretor monta um filme recheado de provações metafóricas e monta uma bela película fotográfica, o que faz um filme mais fácil de digerir e compreender. E é tão lindo que me arrisco a dizer que a primeira cena seria um prefácio certo para esse filme, é lindo de morrer, de tanto ver…Assista e entenderá.
    Rafael R.
    Rafael R.

    12 seguidores 35 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 25 de abril de 2014
    Imagine você ser chamado para ter que cozinhar NUM GRANDE RESTAURANTE MUNDIAL. Imaginou?

    Pois bem.
    Imagina agora que você entra na cozinha do restaurante com uma receita na cabeça que é:
    -COZINHAR UM ARROZ MISTURADO COM UM TIJOLO QUEBRADO QUE VOCÊ ENCONTROU JOGADO NO MEIO DA RUA.

    Tem nada a ver, né? Que ligação uma coisa tem com a outra?

    Bom, então vamos lá.

    Para facilitar o seu entendimento, vamos então entrar NA ARTE?

    Imagine então, você ter que desenhar um quadro.

    Imaginou já?

    Pois bem, imagine agora que esse quadro terá que ter uma LIGAÇÃO(conexão, junção) de alguma forma com o primeiro quadro que você já tinha desenhado.

    Imaginou já? Pow, tu é rápido hem???

    Continue lendo que vc vai entender A BOMBA QUE VEM POR AÍ.

    Imagina agora que você terá que desenhar UM TERCEIRO quadro que terá que ter sintonia e conexão com o segundo quadro e com o primeiro QUE VOCÊ JÁ TINHA DESENHADO.

    Foi? Imaginou???? Conseguiu visualizar?

    Então, aí vem A BOMBA:

    O GRANDE DIA DE VOCÊ TER QUE APRESENTAR OS 3 QUADROS QUE terão que ter sintonia, ligação, conexão TODOS ENTRE SÍ.

    Aí, abrem-se as cortinas, luzes ligadas, câmeras em ação:

    -Você apresenta o 1º quadro que é um SORVETE DE MORANGO, um segundo quadro que é um ELEFANTE VOADOR e um terceiro quadro que é UMA TELEVISÃO COM O VIDRO DA TELA QUEBRADO.

    Aí, ninguém entende nada, pois todos aguardavam uma CONEXÃO entre os 3 quadros, não é?

    O diretor do espetáculo te pergunta no microfone:

    -Fulano, o que o 1º quadro tem a ver com o 2º quadro e que por sua vez tem a ver com o 3º quadro?

    Aí você responde:

    -Não sei, senhor, só sei que eu fiz, e ta aí.

    Então galerinha, o filme A GRANDE BELEZA em nada tem conexão com nada.
    Tudo é sem sentido, tudo é meio doido.
    Tudo começa e termina de um modo que vc nem sabe que terminou.
    Pessoas vão se levantando da sala de cinema e indo pra casa no meio do filme.
    Eu estava no cinema e só ouvia as pessoas falando baixinho:

    -Que filminho ridículo hem????

    Outra senhora falava:

    -O que tem a ver uma coisa com a outra?

    Daí, como o fim da picada, uma moça disse:

    -Que decepção de filme !!!!!!

    Pois bem, e esse filme FOI INDICADO AO OSCAR gente????

    Na boa, tenho me decepcionado muito nessa vida, mas fazer eu me deslocar para prestigiar UMA INDICAÇÃO AO OSCAR RIDÍCULA DESSAS?

    Bom, por favor, após ler essa minha crítica, ao sair, APAGUE A LUZ.
    Juarez Vilaca
    Juarez Vilaca

    2.840 seguidores 393 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 9 de março de 2014
    É um filme para ser entendido. É crítico, satírico, debochado. Trata de uma parte da vida de um escritor a procura da grande beleza. Rico e mundano, como ele mesmo se auto-define, tem tudo o que precisa sem ter que trabalhar. Ele vai para a cama quando muitos dos seus parceiros estão acordando. Vive de festas e divertimentos, mas nunca deixa de ser uma pessoa vazia a procura de uma razão. Seus amigos são cada vez mais raros e as mulheres não o cativam. É uma volta ao grande enigma da vida. Para que nascemos? Em dúvida se existe um outro lado, prefere ficar neste. Muito interessante.
    Marcio S.
    Marcio S.

    101 seguidores 126 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 2 de maio de 2014
    Ao olharmos de perto uma obra prima nem sempre conseguimos entender ela como um todo. Quando analisarmos a fundo podemos achar muitas coisas que só um olhar atento pode achar. A interpretação de cada um é válida e interessante. O contexto histórico que a obra foi concebida também pode ajudar a se chegar a um denominador sobre a obra. Ao assistirmos A Grande Beleza tive a sensação de estar olhando para uma obra de arte e assim tentar interpretar ao máximo aquele conjunto de imagens maravilhosas que tive o prazer de assistir.
    A narrativa se passa em Roma e somos apresentados a Jep Gambardella (Toni Servillo) completando seus sessenta e cinco anos em uma festa muito animada junto de seus amigos. Jep é um escritor que realizou apenas um livro. Desde então entrou para a alta sociedade a qual o reverencia como um grande escritor. Há anos que não escreve e por isso é perguntado o porque ele não escreveu mais nada após sua obra “O Aparato Humano”. Aos poucos descobrimos que Jep teve um caso antigo que aparentemente ainda está mal resolvido em seu interior. Através de seus passeios pela cidade iremos vagar com ele através de imagens lindas e diálogos bem elaborados.
    Paolo Sorrentino não tem uma filmografia tão bem elaborada. Dirigiu filmes que não foram tão bem sucedidos. Neste, além de diretor desenvolveu o roteiro com Umberto Contarello e optou por uma narrativa que não poderíamos chamar de não linear, mas que também não é linear. Há certos momentos que parece fugir um pouco da realidade parecendo onírico. Com uma fotografia de Roma inigualável, o diretor de fotografia Luca Bigazzi capta a cidade de maneira que fiquemos apaixonados. É impossível não ficarmos deslumbrados com tamanha obra de arte que é Roma. A beleza é tão grande que um turista acaba morrendo “sufocado” pela beleza da cidade. Ainda há uma trilha sonora com violinos e corais que fundem com a fotografia e enaltecem ainda mais a beleza da cidade. Com interpretações de extrema sensibilidade todos os atores estão bem, mas é impossível não destacar Toni Servillo. Ele da vida a um Jep extremamente cativante que apesar da idade consegue desfilar um charme intelectual que seduz facilmente. Outro destaque na composição do personagem é o tom de voz. Com uma voz que nunca transparece um nervosismo, calma e suave acaba por ratificar uma grande sabedoria em seus diálogos.
    O diretor foca a história em uma Roma semelhante a de Fellini e aborda o vazio artístico daqueles que poderiam ser pensadores de uma sociedade (talvez caiba uma comparação com a Roma de Berlusconi). O próprio protagonista entrou para aquela sociedade por ter feito apenas um livro em toda a sua vida. Dessa forma assistimos a festas e bebedeiras de uma alta sociedade artística medíocre que está mais interessada em noites infernais do que em produzir algo substancial. Critica aqueles que querem fazer um tipo de arte tentando um rompimento com tudo já produzido. Acabam realizando algo vazio que nem eles conseguem explicar de maneira concreta o que criaram. Sem contar o incessante desejo de se manter novo que leva as pessoas a cada vez mais ficarem desfiguradas.
    Abordando o tema vida e morte de maneira maestra Paolo Sorrentino filma desde o início formas redondas, circulares, que enfatizam como a vida é um ciclo. Com sua câmera tenta elaborar movimentos circulares sobre os personagens corroborando com as circunferências. As imagens de jardins, iluminações e cenários sempre apresentam algo circular. O próprio prédio de Jep tem suas escadas nessa forma. O tema fica evidente. Inclusive isso é um tormento para Jep que começa a ver pessoas morrendo a sua volta e se interroga sobre a vida e a morte chegando a uma conclusão brilhante.
    A busca pela grande beleza faz Jep não enxergar o que realmente está a sua volta. Ao chegar no final percebe que na vida muita coisa está escondida em momentos do dia a dia e que se não nos atentarmos não perceberemos os “frágeis e inconstantes vislumbres de beleza” da vida. Assim quando acabamos de assistir ao filme temos a certeza de ter visto um momento de beleza em nossas vidas e que se compara a uma obra de arte.
    Rogerio B.
    Rogerio B.

    3 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 3 de janeiro de 2014
    Um filme catártico no qual o espectador sairá do cinema reagregado e onde a vida ficará em perspectiva. Não se trata apena de magníficas imagens de Roma nas quais, para quem foi ou irá, compreenderá a razão pela qual é considerada uma das mais belas do mundo e com uma profundidade histórica estonteante para o mundo ocidental. A tese é apresentada logo no início do filme na qual um turista se defronta com sua beleza descomunal.
    O enredo é totalmente desconcertante, dramático e com um humor absolutamente inteligente. Dele não vou dizer nada na medida em que não quero estragar a surpresa de quem irá assistir recomento veementemente.
    Edgard Calia
    Edgard Calia

    9 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 1 de fevereiro de 2014
    Belíssimo, contundente, sensível.
    O filme que Woody Allen gostaria de ter feito...
    Pedro A.
    Pedro A.

    16 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 11 de março de 2014
    Sinceramente, não entendi ainda o motivo sequer da indicação ao Oscar, quanto mais de ter ganho a estatueta. Um filme muito chato de assistir, sem ligações, parece que o autor pegou várias estórias e as colocou para que o espectador as ligasse como bem entendesse. Muito tempo para explicar a simples frustração de um escritor em uma cidade, sem dúvida maravilhosa, como Roma, ou seja, contou uma estória boba em um cenário esplêndido. Sem dúvida não chega aos pés dos italianos vencedores anteriores "A Vida é Bela" e "Cinema Paradiso".
    Guillermo M.
    Guillermo M.

    51 seguidores 103 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 25 de novembro de 2014
    Mais preocupado em fazer um confronto entre o clássico e o moderno do que em contar uma história.
    Mauro M
    Mauro M

    9 seguidores 22 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 26 de julho de 2014
    COMENTÁRIO: Aqui temos um filme ítalo-francês atual que nos lembra muito as antigas produções de Fellini, como, por exemplo, "A Doce Vida", que aborda uma sociedade moderna (pra aquela época). Aqui temos um filme que nos mostra a decadência da sociedade, das artes e, sobretudo da Igreja Católica. A história nos mostra festas com personagens da alta sociedade, cada qual mais estranho que o outro, com pessoas caricatas, algumas feias ao extremo, vestidas de maneira estranha. Vemos aqui uma anã (editora do escritor), turistas orientais, um jovem suicida, um cardeal que não falava sobre a Igreja, mas só sabia dar receitas de saborosos pratos, uma idosa de quase 105 anos, que pouco falava e suas poucas palavras eram inteligentes e conseguia fazer milagres. Belas paisagens valorizam a fotografia. A trilha sonora é estranha, ora temos um canto gregoriano, depois vem uma música eletrônica que todos dançam de maneira bizarra. A meu ver, o enredo é cansativo e não me acrescentou nada, mas parece que para a crítica o filme tem muito valor, tanto que conseguiu obter a estatueta do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Senti-me com inteligência curta. Como se dizia antigamente: COISAS DE FELLINI!
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