Todo lançamento de filme “spin-off” de um outro filme, pode ser olhado com cautela, após uma euforia inicial.
O sentimento de caça-níquel está ali, detectável. Nota-se no trailer muito bem disfarçado de filme divertido de que toda aquela apresentação, feita para te divertir, tem como propósito maior, inchar as bilheterias de uma consagrada série.
Ah, mas todo produto de uma sequência, se pensarmos financeiramente, tem como propósito, inchar as bilheterias. Então, excluimos isso, e pensemos somente na necessidade de se contar uma história “spin-off”. Era mesmo necessário contar uma história de origem dos Minions?
No começo deste ano, duas dessas produções me chamaram a atenção: “Penguins de Madagascar” e esse “Minions, “spin-offs” respectivos das séries “Madagascar” e “Meu Malvado Favorito”.
Com o perdão do leitor e de sua provável paixão pelas series citadas acima, nunca achei Madagascar mais do que diversão mediana. O que derrubava as minhas expectativas com o filme dos pinguins. E gostei muito do “Meu Malvado Favorito”, mesmo achando que os Minions, roubavam muito o foco de ambas histórias de Gru. Portanto, Minions, tinha uma expectativa melhor em termos de diversão, mas não necessariamente em relação à motivação para terem um filme solo.
Pois bem, “Minions”, é a história dos personagens-título e sua busca pelas diversas eras no tempo para encontrar um mestre malvado e o servirem para qualquer necessidade. E após varias tentativas fracassadas (as mesmas que você já viu no trailer, exibido à exaustão), três do grupo, Kevin, Bob e Stuart, acabam encontrando em uma inusitada convenção secreta do mal, em Orlando, Scarlett Overkill, que deseja a coroa da Rainha da Inglaterra.
Se o filme Minions tem um pecado mortal, é o trailer dele. Não se faz um trailer com as melhores cenas para chamar a atenção do publico, especialmente quando falamos de personagens que se apoiam essencialmente em humor visual. Sim, o trailer foi muito divertido, mas, pensando no retorno financeiro, sugou muito da surpresa do que poderia ter sido um filme bem divertido.
E, bem, não é tanto assim. Todo o charme de coadjuvante de luxo que os Minions tinham nos dois filmes originais se esgota e sua excessiva presença de tela os tornam um tanto cansativos, especialmente por gastarem a piada do dialeto próprio deles. Há um ou outro momento em que se repete a risada (e uma gag com uma banda famosa que para mim foi o ponto alto do filme), mas via de regra, são 90 minutos de sorrisos ao invés de risos e gargalhadas. E a vilã, extremamente irritante, não tem um décimo do carisma de Gru. Pelo contrário, não gera a empatia do malvado original e não nos faz acreditar que os bonzinhos Minions se dariam tão bem com ela logo de cara.
Se no começo do ano, me dissessem que gostaria mais do filme dos pinguins do que do filme dos Minions, certamente duvidaria. Talvez fosse melhor sorte, se ao invés de ir na direção do que fizeram os pinguins, apostassem no caminho que Toy Story tomou e fazer pequenos e divertidos curtas-metragens em cima de diferentes situações falhas com diferentes mestres. Ao invés de tomarmos uma dose, nos deram a garrafa inteira de tequila para bebermos de uma só vez.