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Sidnei C.
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4,0
Enviada em 14 de setembro de 2014
A pergunta é do próprio presidente americano Barack Obama: “Porque homens jovens que cresceram e estudaram aqui como parte de nossas comunidades e nosso país recorrem à violência?”. O longa da diretora indiana Nair, de Mississipi Masala, respondeu de forma incômoda sua pergunta e jogou mais gasolina nas labaredas do racismo e xenofobia da sociedade americana, talvez aí uma das maiores razões do fracasso do filme nas bilheterias. Baseado no incendiário livro de Mohsin Hamid, escrito seis anos depois dos ataques às Torres Gêmeas, a trama é focada praticamente num monólogo em uma mesa de bar e faz um balanço tempestuoso dos efeitos do fatídico 11/09, não somente na sociedade americana, mas ao redor do mundo. Tanto o livro como o filme não trazem respostas mastigadas. Ao contrário, lançam no ar questões para reflexão de todos nós. Estamos em 2001, o jovem paquistanês Changez Khan (por coincidência a pronuncia é similar ao conquistador mongol Genhis Khan) formou-se em Princeton e acaba de conquistar um cargo de confiança na Underwood Samsom em Wall Street, é o braço direito de Jim (Sutherland) o CEO da empresa e namora Erica (Hudson), a filha do patrão. Enfim, como qualquer estrangeiro, realizou seu sonho na América. A ação é intercalada no futuro, 10 anos depois, quando o mesmo Changez está em Lahore, no Paquistão, sentado na mesa de um bar, onde é entrevistado por Bobby Lincoln (Schreiber), um jornalista americano que trabalha para a CIA e para quem Changez relata seu repúdio ao povo americano depois de ser perseguido e acusado de sequestro de uma professora. Ao dissecar sua estória, somos apresentados aos fatos que transformaram sua “americanidade” em ódio e o levaram de volta às suas raízes do extremismo islâmico. Ambos tem seus conflitos internos. Nair mostra os fatos sem tomar partido algum e para uma estrangeira em terra americana mostra coragem e audácia ao aceitar a proposta de rodar em solo americano e praticamente só com atores americanos um filme que dá um tapa na cara dos americanos. Não fez um filme memorável mas mostrou de forma seca e dolorida a vida de um estrangeiro e sua integração em uma cultura que não é a sua, até a ruptura e o colapso. Fez um thriller político no mínimo interessante e reflexivo e o melhor filme de sua carreira desde o premiado Salaam Bombay.
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