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    Sagrado Segredo
    Críticas AdoroCinema
    0,5
    Horrível
    Sagrado Segredo

    Que filme sou eu?

    por Francisco Russo

    O diretor André Luiz Oliveira iniciou as filmagens de Sagrado Segredo há mais de uma década atrás, em 1999. Na época apenas registrou imagens da encenação da Via Sacra na cidade de Planaltina, no Distrito Federal. Um ano depois, o filme já havia deixado de ser um documentário para se tornar ficção. O diretor retornou à cidade, agora com atores, e rodou novas cenas. Doze anos se passaram e, após longa espera, o filme finalmente chega ao circuito comercial refletindo as contradições e problemas de sua produção. A começar pela própria definição sobre do que trata o filme.

    São três as vertentes apresentadas. A primeira, original, traz cenas da encenação da Via Sacra. Todas de má qualidade técnica, com a luminosidade estourando a todo instante. A segunda, com os atores encenando uma equipe de filmagens que vai a Planaltina para gravar a encenação – quanta originalidade... A terceira, com depoimentos do físico indiano Amit Goswami, retorna ao formato de documentário. O elo entre os três é a religiosidade, abordada de várias formas. No primeiro caso, com as cenas da encenação. No segundo, com as dúvidas levantadas pela equipe de filmagens e, no terceiro, com os ensinamentos de mr. Goswami. E só.

    Um dos vários problemas de Sagrado Segredo é que o filme em momento algum parece se decidir sobre qual rumo seguir. É simplesmente uma mistura de imagens envolvendo as três possibilidades, sem qualquer foco definido. Consciente da situação, o próprio André Luiz satiriza esta dúvida através de provocações feitas por integrantes da equipe de filmagens, sobre a incoerência dos atos do diretor – mostra cabal do quanto o filme não foi levado a sério.

    Na pré-estreia realizada no Rio de Janeiro, o diretor André Luiz Oliveira declarou que considerava o filme uma experiência. É verdade. Uma experiência do ato de filmar, pura e simplesmente, sem qualquer compromisso com coerência ou narrativa. O resultado é um filme chatíssimo, completamente perdido e que chama a atenção apenas por uma ou outra questão teórica levantada pelos personagens, sem jamais ser desenvolvida. Péssimo.

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