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Katia G.
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22 críticas
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3,0
Enviada em 12 de março de 2014
Imaginem um nativo americano da tribo dos BlackFeet, que combateu na Segunda Guerra, com problemas inexplicáveis de dor de cabeça, vertigens e outras coisas, que vai se tratar num hospital criado para ex combatentes de guerra. Agora imaginem um Antropólogo e ao mesmo tempo psicanalista, judeu Húngaro, com métodos clínicos digamos lá não muito ortodoxos. Coloque-os juntos e vocês terão ideia deste filme. É um filme baseado em caso real e adaptado do livro do mesmo psicanalista Dr. Georges Devereux. É interessante, pois ao misturar antropologia e psicanálise para ajudar Jimmy Picard, resulta uma mistura inusitada para a terapia, eficaz diga-se de passagem, tanto quanto da ao filme um tom de alteridade ( para ficarmos no jargão antropológico),para aqueles acostumados com a "forma" Hollywoodiana. Para aqueles que gostam de Antropologia e se interessam por Psicanálise, ou vice-versa, é uma mistura saborosa e com rostinho exótico.
Com pouquíssimas externas e a maioria das cenas acontecendo em gabinetes o diretor se esforça para não cansar o espectador ao controlar 2 ou 3 câmeras com afastamento e closes para mostrar 2 horas de um diálogo intenso de seções de psicanálise entre o índio Jimy e o prestigiado psicólogo francês Georges Devereux cujo livro, famoso em sua época no período da primeira guerra mundial, serviu de roteiro para o filme. A narrativa procura, em meio ao processo de cura dos problemas psicológicos de um índio que esteve na guerra, discutir o papel da população indígena em meio a cultura americana e, inclusive, sua participação considerada decisiva na próxima segunda guerra mundial. Assim, o etnólogo e psicanalista aos poucos percebe que a maior causa dos transtornos do índio é o choque de cultura e não os medos surgidos durante a guerra, tese defendida pela psicologia padrão para a época. O processo de cura de Devereux, tira o índio do hospital de malucos, o que vai reforçar a crítica aos hospícios de acordo com o roteiro. Segura o filme a interpretação pesada do latino com cara de índio Benício Del Toro, no papel óbvio do índio e do excelente Mathieu Amalric, o mesmo que faz o bandido irreconhecível de 007 - Quantum of Solace de 2008, no personagem do psicanalista. Direção profissional para ajudar quem assiste a digerir o tema complexo, pesado e muito triste.
Fascinante!!! Abordagem psicóloga e antropológica, emocionante. Aborda contexto cultural, social,para além do individual, completando análise deste homem amplamente e profundamente.
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