Finalmente, depois de ganhar prêmios na Europa e ser exibido apenas na Mostra do Rio do ano passado (em uma atitude claramente estúpida dos organizadores da Mostra SP), algumas distribuidoras nacionais resolveram estrear o novo trabalho de Kim Ki-duk. É impressionante como parece que a qualidade dos trabalhos lá fora é inversamente proporcional à pressa das distribuidoras brasileiras em fornecer conteúdo para o público local.
Um jovem solitário é o grande destaque desse longa.No qual,vive de brutalizar certas pessoas que conhecem.Todos os casos são por motivos fúteis.As atitudes do rapaz muda quando uma estranha senhora entra em sua vida.Sem nenhum histórico na vida do rapaz,ela se apossa de sua casa e rapidamente começa a mudar as atitudes do sujeito. A violência desnecessária no filme incomoda um pouco.Os bons diálogos salvam a trama,e a dupla de protagonistas.
-Filme assistido em 17 de Novembro de 2015 -Nota 6/10
Filme sul-coreano dirigido por Kim Ki-Duk que em seu cartaz faz menção a uma escultura criada por Michelangelo, que tem o mesmo nome e é a imagem de Maria segurando Jesus. O título do filme traduz-se por piedade. O filme faz uma reflexão sobre a capacidade que temos de ter a tal piedade mesmo em situações que só conseguiríamos ter ódio. O filme também busca refletirmos sobre família e dinheiro. Kang-Do (Lee Jung-Jin) é um homem que trabalha cobrando as dívidas para um agiota. Sanguinário ao extremo não perdoa quem não tem o dinheiro todo da dívida. Simplesmente faz com que suas vítimas se acidentem para que o seguro cubra a dívida. Por ele não ter nenhum parente não tem medo de que alguma de suas vitimas possam lhe ameaçar de alguma forma. Quando uma mulher aparece lhe dizendo que é sua mãe (Min-Soo Jo) sua vida começa a mudar e a iminência de que alguma de suas vitimas possam agora lhe ferir através de sua mãe faz com que ele sinta algo que nunca teve: medo. O filme desde o começo já mostra que tende a ser violento. A filmagem só da corrente descendo já é de dar medo e causa um frio na barriga. O roteiro é bem construído e nos faz sentir raiva do protagonista. As atrocidades que ele faz em suas vitimas faz com que até seu chefe o ache sanguinário. Por outro lado faz com que reflitamos sobre a real necessidade desses tomadores de empréstimo. Realmente estariam precisando ou uma parte desse dinheiro seria para alimentar vícios. Dessa maneira quando uma de suas vitimas acha melhor ter o valor do seguro para poder ter dinheiro para garantir o bem estar do filho que esta nascendo, Kang-Do acha estranho, porém entende e tenta fazer com que ele não faça isso para que possa dar musicalidade na vida do filho. O roteiro tenta fazer com que entremos em uma montanha russa de emoções, mas (acho) que o julgamento já está definido em relação à Kang-Do e a tal piedade é difícil de aparecer. Isso é bom, pois remete a interrogações interessantes em nosso interior. O aparecimento de sua mãe faz com que esse sanguinário volte a ser uma criança e o diretor através de cenas transmite essa idéia de maneira lúdica. Há cenas que transmitem bem o que vem acontecer no decorrer do filme. Assim quando sua mãe aparece, ela aponta uma galinha (analogia com uma arma) para o protagonista assim como sua mão é fechada na porta enquanto Kang-Do a fecha para que sua mãe não entre. Em uma cena anterior a filmagem também foca na mão de Kang-Do. Assim como ele vem trazer uma ruína para as sua vitimas, aparição de sua mãe sugere que ela pode ser a ruína dele. O filme levanta questionamentos interessantes que mexem conosco ao darmos dois pesos e duas medidas para situações. Não aceitamos o que o mal pode fazer com o bem, mas aceitamos que o bem faça tudo de ruim com o mal. Aceitamos ver o sofrimento de alguém quando convém e acabamos deixando a piedade passar muito além de nosso julgamento.
"Pieta" é um filme muito difícil e pesado, então não é aquele tipo de filme fácil de indicar, mas aqueles que apreciam uma experiência verdadeiramente assustadora irão encontrar um filme surpreendente, interessante e complexo. A dupla principal de atores é muito boa (Cho Min-soo, que interpreta a mãe, compõe sua personagem de maneira magnética, com uma atuação poderosa, e Lee Jung-jin, mesmo que ainda carece um pouco de maturidade e naturalidade, entrega uma atuação sólida e com certa densidade) e o desenrolar da história é muito bem amarrado. Alguns momentos são extremamente surreais e a direção poderia ser menos sóbria, mas isso não retira de "Pieta" suas vertentes paradoxais amplamente intrigantes - resta ao espectador suportar violência, abusos e miséria.
A melhor palavra para descrever este filme é: IMPACTANTE! Cenas duríssimas, mas forma sutil e emocionante como é mostrada a mudança ocorrida no comportamento de um ser humano bruto e cruel quando ele percebe a perspectiva de ser amado por alguém, já vale a ida ao cinema ... Um filme muito bom!
Me incomoda a forma com que Kim Ki-Duk desenvolve os personagens. É tudo muito raso, superficial mesmo. Ok, é compreensível que seja assim justamente por causa do plot-twist que há no terceiro ato, e eu esperei que isso se justificasse de alguma maneira, porém, ele se torna inválido, uma vez que a tal mudança sofrida por Kang-do, pra culminar no ponto que vemos logo no início (ou final) do filme é completamente inverossímil. As ações inexplicáveis da mãe, sinceramente, causariam tal transformação no filho, um monstro capaz das maiores atrocidades, como vimos em suas cenas iniciais, a ponto de, por isso, ele perder o sentido e a razão tudo o que fez até então? Essa história não me soa aceitável. Entretanto tem seus momentos bons, cenas muito bem construídas, mise-en-scene espetacular e atuações incríveis dos protagonistas, com destaque a Lee Jeong Jin.
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