Depois de 5 anos de espera, por fim o gênio Ridley Scott nos premia com Alien: Covenant, a continuação de Prometheus, dessa vez um filme mais maduro e mais direto e que tenta explicar os furos deixados em 2012. Apesar do filme ainda voltar nas questões já usadas bastante em Prometheus como religião e ciência, criação e criador, mas é menos focado quanto seu antecessor. Em Covenant, Scott tentou ser mais direto e abrangente no quesito deixado em Prometheus, quando ele tentou dar início as origens do Alien, contando a forma brusca dos alienígenas encontrados no planeta pela Dra. Elizabeth Shaw e companhia.
Covenant é de longe bem melhor que Prometheus, apesar do filme ainda se esbarrar bastante em diálogos intermináveis e cansativos e algumas cenas, principalmente no início, serem bastante arrastadas e monótonas, mas ainda assim quando o filme engrena fica muito bom. O longa traz de volta a beleza dos cenários em CGI, os belos efeitos especias bem trabalhados (apesar de em Prometheus ser um pouquinho melhor) e a densa trilha sonora também está presente. O uso de câmeras também melhorou, a forma de filmagem dos personagens em ação ficou mais correta e mais perfeita, principalmente nas partes finais e lutas contra o Alien, onde os focos de câmeras são muito bem utilizado e muito ajustado (principalmente no jogo de câmeras que envolve a visão do Alien). O clima sombrio e macabro em algumas partes são ótimos, nos entregando cenas muito bem elaboradas e agonizantes (como a cena do pequeno Alien dilacerando dentro da nave), onde podemos notar terror misturado com sofrimento e bastante sangue (típico dos antigos filmes do Alien). Um grande acerto de Scott!!!
Dessa vez estamos no ano de 2104 a bordo da nave colonizadora Covenant, que tem como objetivo chegar ao planeta Origae-6, mas um pequeno acidente durante o percurso faz com que o androide Walter (Michael Fassbender) desperte todos a bordo. Informados sobre um planeta próximo que abrigaria vida humana, eles decidem ir até lá para investigar o local considerando até mesmo a possibilidade de deixar de lado a viagem até Origae-6 e se estabelecer por lá. O que eles não imaginam é o que o novo local pode lhe oferecer.
O longa começa funcionar muito bem após a tripulação desembarcar no novo planeta, coisas que foram deixadas para trás sem explicações em Prometheus começam a fazer sentido, e o desenrolar da trama começa a agradar ainda mais os seus expectadores. Tudo aquilo que acompanhamos em Prometheus quando a Dra Shaw e o androide David foram os únicos sobreviventes no planeta começam a se encaixar, ainda mais quando somos impactados com a cena entre os irmãos Walter e David (ambos interpretados por Michael Fassbender) e põe a prova tudo o que imaginávamos ao final de Prometheus quando David e a Dra Shaw meio que firmam um trato de ele leva-la a outros planetas em busca das respostas de criação e criador.
Michael Fassbender em Covenant está magnífico, assim como já havia sido destaque em Prometheus, dessa vez ele tem participação direta em todos os acontecimentos envolvendo o Alien e colonização do planeta descoberto a 10 anos pela nave Prometheus. Fassbender tem uma atuação fantástica e rouba todas as cenas, consegue trazer toda atenção pra si em cada cena que acompanhamos, a participação dele está mais envolvente e mais abrangente. Você se impressiona com o antigo David e o novo Walter, cada um com um propósito diferente, a forma como David comanda a colonização do Alien no novo planeta é muito boa, você acaba encaixando peças deixadas para trás em Prometheus que faz todo sentido em Covenant. Assim como já falei em vários filmes do Michael Fassbender, ele é um dos melhores atores dessa nova geração (sou seu fã de carteirinha) e em todo trabalho que ele desenvolve podemos notar sua grandiosidade e competência.
Em Alien: Covenant não temos uma protagonista como foi a Dra. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace), ou algum personagem que se destaque (além claro de Fassbender), todos tem sua contribuição para a trama, mas nada impactante. Temos Daniels (Katherine Waterston) que tem uma boa atuação ao lado do Tennessee (Danny McBride), principalmente nas cenas finais e luta contra o Alien invadindo a nave, por sinal a melhor parte de todo o filme, que nos remete muito aos antigos filmes da franquia, onde tínhamos toda luta, agonia e desespero por parte dos tripulantes da nave quando o Alien adentrava ao local. Muito boa essa parte!!!
Portanto o consagrado cineasta Ridley Scott nos entrega uma obra bem trabalhada e bem executada, em que algumas cenas nos leva de volta aos antigos filmes do Alien, ainda com alguns probleminhas, mas que não ofusca o brilho do filme, eu gostei, é muito bom!!!
Agora é aguardar ansiosamente a continuação da franquia Alien e aproveitar o tempo para conferir de novo um por um dos filmes antigos.