Gostei muito de Alien: Covenant, muito superior ao Prometheus dentro da franquia Alien, mas inferior á Prometheus no que se refere ao que foi proposto com estes novos filmes.
Com Prometheus, Ridley Scott criou algo único e genial em termos de roteiro, funcionaria muito bem como filme independente, mas toda a história por trás dos xenomorfos e a criação do ser-humano em outra galáxia é interessante. Porém em Covenant, Scott deixa isso TOTALMENTE DE LADO, o que decepciona novamente, assim como o caminho seguido em Prometheus.
O pouco que Scott aproveita em Covenant se limita ao fato da volta de David, a explicação para a morte da Dra. Shaw, a extinção dos xenomorfos pelos planos de David e o fato dos colonos acharem Trigo em um planeta pertencente á outra galáxia, deixando a entender que talvez os próprios xenomorfos levaram o trigo para Terra.
Apesar de Scott deixar de lado toda a premissa iniciada em prometheus e ter focado mais na origem e ascenção dos Aliens neste filme (para alegria dos fãs da franquia e revolta dos fãs do primeiro filme), Scott entrega um ótimo filme de terror, aonde se encaixa perfeitamente na franquia e tem lampejos do que foi construído nos dois primeiros filmes da franquia.
As cenas são muito bem feitas, o CGI continua perfeito, assim como os efeitos especiais, apesar do filme começar morno e muito parecido com Prometheus, logo ele dá uma virada e começa a ficar interessante, criando toda uma intriga de te prende durante o filme, deixando a verdadeira ação para o final do filme.
A trilha sonora é perfeita, remete não só aos filmes de suspense da década de 70, como remete aos filmes pioneiros da franquia. Nota 10 para Jed Kurzel.
O elenco na minha opinião está muito mais competente do que no primeiro filme, Katherine Waterston (Daniels) é pra mim uma das melhores do elenco, não substituindo, mas honrando á altura o legado de heroína da franquia deixado por Sigourney Weaver, Katherine não deixa em nenhum momento sua atuação derrapar, carrega uma dramaticidade incrível desde o começo do filme, o que só faz ela crescer a cada cena que ela aparece.
Michael Fassbender está muito melhor que Prometheus, se superou novamente interpretando os sintéticos, David e Walter, ambos muito diferentes, exigindo uma maior interpretação e concentração de Fassbender para nos brindar novamente. Ouso dizer, digno de indicação ao Globo de Ouro e Oscar de Coadjuvante.
Billy Crudup também está competente no filme, segurando bem o papel de capitão substituto.
Gostei muito de Danny McBride como 'Tenneesse', uma grata surpresa que sua atuação não é nenhum pouco carregada, não é nada forçado, quando você pensa que pode ser puxado para o machão invocado típico dos americanos, Danny dá a volta e mostra muita sutileza na sua interpretação de Tenneesse.
O ponto negativo fica para o pouco aproveitamento de James Franco no filme, ele faz o capitão da nave Covenant ,'Branson', que morre no ínicio do filme assim que Covenant é avariada, e sua aparição é limitada á uma cena de vídeo onde escala um monte que Daniels está assistindo em sua Câmera. Não sei exatamente os motivos de tão curta e ínfima participação, se é por questões de agenda de Franco ou outro motivo, pois um ator do porte e talento de Franco não poderia ser limitado á um papel tão secundário num filme tão grande como Alien.
Para fechar, o filme é superior sim a Prometheus dentro da franquia Alien, mas decepciona o fato de Ridley Scott abandonar todas as perguntas e mistérios criados em Prometheus e não respondê-los neste filme e deixá-lo de lado para seguir com o prólogo de Alien da forma como os fãs mais ardorosos queriam.
Se bancou toda a premissa dos Xenomorfos, então deveria concluir sua saga e não ceder á pressão dos fãs e mídia.