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    O Espírito de 45
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    O Espírito de 45

    Horário eleitoral

    por Lucas Salgado

    Com prêmios nos festivais de Berlim, Veneza e Cannes, o cultuado diretor Ken Loach é conhecido por filmes como Pão e RosasVentos da Liberdade e, mais recentemente, A Parte dos Anjos. Ele também possui toda uma carreira como documentarista, principalmente durante os anos 80, e está afastado do gênero desde 96, quando realizou o média-metragem The Flickering Flame.

    O período afastado dos documentários parece ter, de fato, feito com que Loach enferrujasse um pouco, afinal seu O Espírito de 45 está longe de ser um grande filme. O cineasta realizou uma produção extremamente simples e didática, que é praticamente um especial de TV. 

    O filme tem como ponto de partida o ano de 1945, retratando o clima na Inglaterra após o final da Segunda Guerra Mundial. Embora felizes com o término do conflito e a queda do exército de Hitler, os britânicos eram obrigados a conviver com situações de extrema miséria.

    É nesta conjuntura que nasce o Partido Trabalhista, defendendo a causa socialista e combatendo os ideais conservadores de Winston Churchill. Com uma série de entrevistas de pessoas simples que viveram o período, o longa procura retratar o que significou a vitória do partido nas eleições da época.

    Todo em preto e branco, o que ajuda a colocar em sintonia as entrevistas e as imagens de arquivo, O Espírito de 45 é praticamente uma propaganda do partido citado, mostrando como suas iniciativas de nacionalização da saúde, das minas, do gás e da água ajudaram a sociedade. Retrata ainda a preocupação com o povo e a política de construção de grandes casas populares.

    Fala em educação, bem estar e harmonia, e mostra como tudo acabou com a chegada de Margaret Thatcher ao poder, que deu início a uma onda de privatizações e de defesa do indivíduo sobre o coletivo. Ao não abordar os motivos que levaram a eleição de Thatcher e ao tratar como uma maravilha utópica a passagem dos trabalhistas pelo poder, o longa acaba passando por peça de marketing e não como objeto de análise histórica.

    É bem feito e oferece informações muito interessantes. Mas como cinema fica devendo.

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