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    Sétimo
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Sétimo

    Tenso, mas raso

    por Lucas Salgado

    Cinema argentino. Suspense. Ricardo Darín. Não tem como dar errado, não é mesmo? Bem... Não necessariamente. Sétimo pode não ser uma tragédia, mas também está bem longe de ser uma grande produção cinematográfica.

    O diretor Patxi Amezcua investe num thriller eficiente, que consegue manter o clima de tensão. O fato de contar com apenas 88 minutos de duração ajuda muito neste quesito. Mas a obra é repleta de furos no roteiro escrito por Amezcua e Alejo Flah.

    Darín interpreta Sebastián, um advogado que está trabalhando em um importante caso de corrupção na Argentina. Ele também acaba de se divorciar de Delia (Belén Rueda), que quer se mudar para a Espanha com os filhos do casal, para desespero dele. Determinado dia, Sebastián apanha as crianças para levar na escola. Após uma brincadeira comum e aparentemente sem grandes consequências, as crianças acabam sumindo no próprio prédio em que vivem com a mãe. O porteiro garante que eles não saíram para a rua, mas ninguém sabe onde elas estão.

    Sebastián, então, pede a ajuda para um vizinho que é inspetor da polícia. A trama é repleta de idas e vindas e vários suspeitos são levantados. Ninguém é poupado e o pai se mostra disposto a ir às últimas consequências para achar os filhos.

    Como dito, o longa consegue criar momentos de tensão, contando com uma câmera sempre fechada no rosto dos personagens, focando em seus desesperos e suspeitas. Ricardo Darín mostra mais uma vez porque é o grande nome do cinema argentino. O ator de O Filho da NoivaO Segredo dos Seus Olhos consegue passar uma verossimilhança impressionante. Ele é parte fundamental para salvar o filme de ser uma completa bobagem.

    Conhecida pelo trabalho em O Orfanato, Rueda também está bem em cena. O elenco conta ainda com as presenças de Luis Ziembrowski, Osvaldo SantoroGuillermo Arengo e Jorge d'Elia, além das simpáticas crianças Abel Dolz Doval e Charo Dolz Doval.

    A montagem de Lucas Nolla é fundamental para a construção do clima, assim como a fotografia de Lucio Bonelli. Por sua vez, a trilha sonora de Roque Baños é um dos pontos fracos, não pela má qualidade da composição, mas pela insistência da apresentação da música. Temos uma trilha discreta na maioria do filme, mas ela é quase que permanente.

    Filme assistido durante a cobertura do Festival do Rio, em setembro de 2014.

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