Um filme quadrado
por Lucas SalgadoAinda que siga sempre dentro do gênero da ação, McG tem uma carreira bem inconsistente em Hollywood. Fez os fracos As Panteras e As Panteras - Detonando antes de realizar o bom O Exterminador do Futuro - A Salvação. Depois investiu no divertido, mas previsível, Guerra é Guerra! e agora chega com 3 Dias Para Matar. Neste meio tempo, produziu as séries Supernatural, Chuck, Nikita e The Mysteries of Laura. Como podem ver... existem coisas boas, mas também tem muita bobagem.
3 Dias Para Matar pode não ser uma completa perda de tempo, contando com bons momentos e até algumas cenas bonitinhas, mas também está longe de oferecer um grande entretenimento. Kevin Costner surge na pele de um agente da CIA veterano e implacável, que não deixa os cabelos brancos impedirem o fato de partir para a briga. Alguém mais lembrou de Liam Neeson em Busca Implacável? A ideia é a mesma, mas o resultado está longe de ser tão satisfatório.
Costner, que continua sem emplacar um grande filmes após muito sucesso nos anos 90 (Dança com Lobos, Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões, JFK, O Guarda-Costas...), interpreta Ethan Renner, um agente que descobre que possui pouco tempo de vida. Ele, então, decide deixar para trás a vida de assassino da CIA para tentar se reconciliar com a filha adolescente (Hailee Steinfeld). O passado, no entanto, não irá permitir que ele siga em frente e acaba recebendo uma visita de uma outra agente (Amber Heard), que lhe promete um tratamento alternativo para sua doença em troca de um último serviço.
Assim, Ethan é obrigado a desvendar uma organização criminosa ao mesmo tempo que cuida da filha por causa de uma viagem da ex-mulher (Connie Nielsen). A trama é simples e previsível, contando ainda com participações de Tomas Lemarquis, Richard Sammel, Eriq Ebouaney e Marie Guillard.
Mesmo sendo um filme de ação, o longa se destaca momentos mais sensíveis. Costner e Steinfeld possuem uma boa química em cena e protagonizam belas sequências, embora o filme também erre ao criar a clássica cena em que a filha entra em perigo para ser salva pelo pai. O clichê dos clichês.
Nielsen não compromete, mas Heard é uma incógnita. Sua personagem tem muita pose, mas pouco faz de realmente importante. Fica a clara impressão que a única função da atriz em cena é ser sexy (o que consegue, é claro). Ela aparece sempre com decotes e roupas justíssimas, explicadas de forma pouco satisfatória.
Não se trata de uma bomba. Conta com bons efeitos e cenários bonitos (Paris ajuda bastante!), mas também está longe de ser uma produção inesquecível. Trilha, montagem, direção de arte... Tudo é muito quadrado. É um filme que não irá marcar o espectador, que pode até se divertir em uma tarde de domingo, mas que provavelmente esquecerá toda a história já no café da manhã de segunda.