Críticas mais úteisCríticas mais recentesPor usuários que mais publicaram críticasPor usuários com mais seguidores
Filtrar por:
Tudo
Eduardo Santos
326 seguidores
183 críticas
Seguir usuário
3,5
Enviada em 29 de dezembro de 2013
Esse filme que já foi denominado cult israelense, fala sobre um jovem palestino que consegue permissão pra estudar em Tel Aviv e se apaixona por um advogado judeu e israelense. Só por essa premissa o filme já seria uma polêmica obra de ficção. Mas o filme é muito mais que um mero filme com temática gay. Na verdade, o filme traz um foco bem melhor trabalhado na tensão política de um jovem que esconde sua condição de homossexual e tem um irmão terrorista, que ainda por cima está envolvido no assassinato de um jovem palestino (amigo do protagonista), que vivia foragido em Tel Aviv, um lugar muito mais aprazível e tolerante, embora não aceite bem os palestinos, mas um ambiente bem menos hostil e reprovador que a Palestina. A homossexualidade de Nimer é mostrada de forma contida e com uma percepção de desonra familiar absurda, contudo realista. A tensão gradativa da situação desesperadora a que Nimer se encontra causa um desconforto proposital e indignante. Há cenas bem intensas e, na verdade, o diretor estreante Michael Mayer é bastante comedido em sua narrativa. O filme não tem cenas supérfluas. Tudo é bastante direto ao ponto e sem enrolação. Essa frieza causa até mesmo certo incômodo e um ar de superficialidade aos temas tão atuais e polêmicos que são mostrados. Isso não necessariamente é um ponto negativo. Por ser um filme bem conciso e enxuto, sua narrativa ágil prende a atenção do início ao fim, e embora traga consigo todo o alarde e importância da reflexão sobre a intolerância em geral, o ator escolhido para ser o protagonista se mostra deveras inexperiente e inexpressivo nas cenas que demanda um tantinho só de densidade emocional, que não são poucas. Mas excluindo essa falta de empatia criada pelo ator protagonista, o filme levanta bastante material reflexivo e por si só isso já é extremamente louvável. Inevitável comparar com outro filme israelense que levanta temática bastante parecida, embora com foco bastante distinto: Bubble. Apesar dos temas parecidos, Além da Fronteira tem uma pegada menos emocional e trágica, embora tenha sua parcela de emoção e drama também bem acentuada. Apesar do saldo extremamente positivo, fica aquela impressão de que poderia ser mais denso e emotivo, e não tão podado e seco.
Além da fronteira tem uma história muito próxima a do filme Bubble (Ha Buah). O amor entre um palestino e um israelense, a tensão das fronteiras, o extremismo religioso presente em alguém próximo. A comparação entre os dois filmes é inevitável e Além da fronteira acaba ficando um pouco à sombra de Bubble, pecando no quesito originalidade. Comparações a parte, o filme mostra as dificuldades na relação entre palestinos e israelenses, a homossexualidade no cotexto das duas culturas (islâmica e judaica) e toda a burocracia para se transitar de um país a outro (aspecto bem trabalhado no filme).Particularmente, o casal de protagonistas não me cativou e o filme ficou abaixo do que eu esperava.
Caso você continue navegando no AdoroCinema, você aceita o uso de cookies. Este site usa cookies para assegurar a performance de nossos serviços.
Leia nossa política de privacidade