Paixão: sentimento provocador, impulsivo, desesperado, inquieto. Faz perder noites de sono em sua ausência, faz valer cada minuto em sua presença. Dói, mas também constrói. Não há como saber, não tem como perceber, não podes escolher. Que mistérios existem ao se apaixonar? E pensar que tudo começa com um simples olhar.....Que bela adaptação do livro “The Price of Salt” de Patricia Higsmith, publicado em 1953 e que o diretor Todd Haynes teve todo o cuidado e delicadeza de trabalhar. Que linda trilha sonora, suave aos ouvidos de quem escuta e certeira nos momentos em que é tocada. Que fotografia primorosa, que charme da equipe deste filme em poder nos fazer viajar no tempo com tamanha perfeição. E que elenco! Nunca achei Cate Blanchett (atriz famosa em CINDERELA de 2015, O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTOR de 2008, AVIADOR de 2004 entre outros ) bonita, mas aqui ela está sedutora, elegante, sexy, onipotente, incrível! Sua sedução é quase a lá 007, faltou se apresentar como Aird, Carol Aird, após pedir o clássico drink Martini (sim, ela é a personagem que da nome ao título). E que atuação fantástica! A outra protagonista é a atriz Rooney Mara (fez PETER PAN de 2015, MILLENNIUM: OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES de 2011, A REDE SOCIAL de 2010 e outros) que interpreta o par romântico de Carol, Therese Belivet. Sem palavras para descrever a química entre as duas em cena, que traduzem seu amor sendo simples, sutil, gracioso. Em resumo, um romance, nada mais, nada menos. Nada explícito, nada complicado. Pela época, proibido, mal visto, um escândalo (não só naquela época.....) e mesmo tais dificuldades são apresentadas de maneira leve, como para que não atrapalhasse a admiração crescente entre elas e lógico, o espectador. Carol é uma mulher madura, mãe, prestes a se divorciar por saber exatamente o que quer. Therese é uma jovem que está descobrindo o mundo e se encanta com o olhar de Carol (o que é bem claro pelo diretor ao colocar em cena sempre a personagem de Blanchett com um brilho a mais, pois é assim que é enxergada por sua amada). Um filme bonito, com algumas coisas que ficaram no ar (como ela sabia o quarto do "espião? Ou quem chegou na casa a noite? Talvez desnecessárias, não sei), mas que nos diz que o amor não é apenas entre homens e mulheres, e sim entre seres humanos. O quanto é belo amar, a quem seja, sem se importar. Devemos se entregar mais, ao invés de roubar, matar, prejudicar e sentir a felicidade que isso pode nos dar...