Amar, Beber e Cantar.....não faço a mínima ideia de onde saiu este título. O amar e beber tem sentido (até na vida real), mas o cantar.....não percebi onde se encaixa (seria no tal ditado que "quem canta os males espanta"?). No trabalho do diretor Alain Resnais (este como último, após sua morte em Março/2014), na minha humilde opinião, é um belo trabalho artisticamente falando, com uma homenagem aos amantes de teatro. Sim, temos um cinema teatral ou teatro no cinema (assim mais ou menos como foi DOGVILLE de 2003). Com uma mistura de "cartoon", cenários falsos e imagens de "locomoção" reais, o enredo é sobre uma peça teatral amadora a ser realizada entre amigos e que de última hora, resolvem incluir um deles que está com uma doença terminal e possui apenas meses de vida, sendo a "última peça" para o companheiro de longa data (huuuuum, seria uma metáfora do destino para com o Resnais?). A narrativa pode não agradar a todos, pois é apenas sobre os ensaios teatrais e preparativos da peça, juntamente com o drama da doença, então ela se torna lenta e no começo admito que dá um soninho até chegar em sua metade, que começa a ficar divertido. Um filme que retrata comportamentos, desde um cara sistemático à uma mulher ressentida pelas traições de seu marido. Com seis ou sete cenários apenas, o que carrega mesmo a trama é a atuação dos atores que achei que mandam bem. O mais legal foi uma sacada só: a de história se passar na Inglaterra e os personagens falarem em francês! Ai você me questiona: "ué Portuga, não és tu que xinga além do túmulo quando isso acontece? De não falarem a língua nativa?", e eu lhe respondo: "sim caro adorespectador, eu odeio quando isso acontece!", mas o grande "x" da questão aqui é que por se tratar de uma adaptação teatral de uma obra do inglês Alan Ayckbourn, Life of Riley (2010), pode ser em qualquer idioma, entendestes? Genial! Quem curte teatro, pode vir a gostar, quem não curte, algo diferente para se ver, o que importa é se entreter...