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Sidnei C.
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101 críticas
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4,0
Enviada em 26 de janeiro de 2014
Se você nunca viu um filme realizado na Arábia Saudita, você não é o único. O Sonho de Wadjda é oficialmente o primeiro filme produzido no país. E também o primeiro filme de sua diretora, o que torna ainda mais impressionante a qualidade e o talento demonstrado por todos envolvidos. Além de sua inegável capacidade de dirigir o elenco e conduzir a narrativa em termos estritamente cinematográficos, todos os atores - nenhum deles profissional - estão muito bem, com destaque para os meninos que interpretam Wadjda e Abdullah.
O sonho de Wadjda do título é simples e banal para qualquer criança ocidental de sua idade. Mas Wadjda não pode realizá-lo não por questões financeiras, o que seria mais compreensível em um país de Terceiro Mundo, mas por questões religiosas e culturais da sociedade onde ela vive. A menina Wadjda, com sua determinação e desprezo pelas regras do mundo adulto que ela ainda não compreende, acaba influenciando a própria mãe, e representa a esperança de mudança numa sociedade engessada por rigorosos preceitos morais e religiosos. Sua inteligência e esperteza acabam por levá-la a subverter a ordem das coisas movida pela esperança ingênua de ver apenas o seu sonho ser realizado.
A diretora e também roteirista al-Mansour a partir deste impasse dramático aparentemente singelo, consegue traçar um panorama mais amplo da situação da mulher na opressora sociedade árabe, mas sem nunca perder o foco na narrativa, impedindo que o filme se torne uma espécie de manifesto feminista. Mas o resultado final, obviamente, não teria a qualidade que tem se ela não houvesse encontrado a menina ideal para viver o papel título.
O Sonho de Wadjda é daqueles filmes que nos encantam por sua extrema simplicidade, que nos cativam e até emocionam pela forma honesta, talentosa e competente com que foi realizado - qualidades surpreendentes para um primeiro filme, tanto do país quanto de sua realizadora. Com elementos que lembram, na narrativa, o cinema neorealista da Itália do pós-guerra, aliado a uma singela poesia incidental presente nos filmes de Vittorio de Sica, este primeiro filme da Arábia Saudita é um triunfo da simplicidade e uma grata surpresa vinda de um país sem qualquer tradição ou experiência no mundo do cinema.
Trata-se de um filme primário, bastante simples e muito limitada, mas feito com algum cuidado. Monótono e sem muitas ações, mostra quase que inteiramente a vida de uma garota que vive na Arábia Saudita, país do Oriente e cuja cultura ainda está bastante vinculada ao Islão, um pouco mais evoluído, onde permite às meninas e adolescente frequentarem a escola só de meninas. O seu dia a dia está praticamente limitado à escola, sua casa e sair pouco às ruas, locais próprios para meninos. Desafiando os costumes locais ela quer ter uma bicicleta para disputar corrida com seu amiguinho. Para o primeiro filme feito inteiramente na Arábia é considerado um bom filme. Vale a pena por curiosidade.
Wadjda (Mohammed) é uma garota que sonha em ter uma bicicleta como a de seu amigo Abdullah (Al Gohani). Sua mãe (Abdullah) e sua rigorosa professora, a srta. Hussa (Ahd), pensam diferente, acreditando que bicicleta é coisa para meninos. Hussa vive repreendendo Wadjda por ela não seguir as convenções típicas de uma menina de sua idade. Sua mãe está tendo um momento difícil com o pai (Al Assaf), que pensa em casar com outra mulher. Hussa fala de um concurso de declamações e perguntas sobre o Corão, com um prêmio que possibilita que Wadjda compre sua bicicleta.
mais em: https://magiadoreal.blogspot.com/2023/11/filme-do-dia-o-sonho-de-wadjda-2012.html
Embora simples e sem grandes trunfos, mostra o cotidiano de uma menina de 10 anos vivendo em Riad, capital da Arábia Saudita e submetida às rígidas regras do Alcorão.O grande sonho da menina Wadjda (vivida pela simpaticíssima atriz infantil Waad Mohammed) é comprar uma bicicleta para se divertir com seu amiguinho e, para isso, faz pequenos negócios para conseguir parte do dinheiro. Seu desejo , porém, vai contra os dogmas familiares e islâmicos, que ela desafia. Vale também como curiosidade por ser praticamente o primeiro filme saudita.
É um filme diferente e por isso tem sua peculiaridade. Considerando que é o primeiro filme produzido na Arábia Saudita e tendo uma mulher como diretora, isso já torna o filme importante e só por isso já deveria ser visto por quem "adora cinema". No entanto, o filme demonstra mais do que a ruptura nos costumes locais de não haver cinema, nos mostra que os simples anseios de uma criança são quase inalcançáveis por mera imposição religiosa , numa sociedade onde as mulheres não possuem a oportunidade de serem e fazerem o que bem entenderem sem serem julgadas como criminosas. A inocência, pureza e o carisma da pequena e excelente atriz mirim , Waad Mohammed, são tocantes. No geral o elenco é muito interessante e nos fazem emergir naquela realidade com naturalidade, é um filme simples, mas profundo, questionador, emocionante e tem uma beleza singela. Considerando as condições em que foi produzido e filmado esse filme merece aplausos. Vale a pena conhecer mais de perto o cotidiano de uma realidade cultural muito diferente e se emocionar dando valor as pequenas coisas da vida.
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