Jerry Lewis - Loucura e Método: Crítica AdoroCinema

Jerry Lewis é um dos maiores comediantes da história, marcando presença ao lado de nomes como Charles Chaplin e Buster Keaton. Mas tem muita coisa que as pessoas desconhecem. Ele também foi um inovador no que diz respeito a técnica da direção e ainda foi uma espécie de tutor de vários nomes consagrados das telonas. Jerry Lewis - Loucura e Método busca traçar um panorama geral sobre a obra do ator.

Exibido no Festival de Cannes e no Festival do Rio, em 2012, o documentário é produzido pelo próprio Lewis. Isso faz com que o filme seja chapa-branca, sendo mais um canal para falarem bem do astro. Mas isso não deve ser visto como um grande defeito, afinal não há nenhuma obrigatoriedade em um documentário ser imparcial. Além do mais, a carreira dele mostra que existem mesmo mais coisas a se elogiarem.

Por um lado, a produção de Lewis fez com que o filme tivesse acesso a imagens de arquivo incríveis. Os fãs do ator ficarão emocionados ao conferir cenas raras dos bastidores das gravações de clássicos como O Professor Aloprado, Cinderelo Sem Sapato e O Terror das Mulheres. 

Dentre os inúmeros depoimentos, destacam-se os de Alec Baldwin, Chevy Chase, Billy Crystal, John Landis, Carl Reiner e Jerry Seinfeld. Os diretores Quentin Tarantino e Steven Spielberg também dão entrevistas e revelam terem sido influenciados pelo astro. Na verdade, Spielberg foi aluno de Lewis na Universidade da Califórnia e diz ter aprendido muito com ele. Este lado do documentário é interessante por mostrar Jerry como mestre que passa para frente seus conhecimentos. 

Martin Scorsese é outro que teria sido influenciado. Ele, inclusive, chamou Lewis para atuar em O Rei da Comédia, que acabou sendo um de seus papéis mais elogiados, por fugir do lado cômico. O ator fala sobre a experiência, mas não se mostra arrependido de ter dedicado toda sua vida ao humor.

Por sinal, por mais que conte com grandes entrevistados, o filme cresce sempre que Jerry Lewis aparece em cena, seja através de arquivo ou de depoimentos. É curioso notar que ele em momento algum é arrogante, por mais que tenha a noção exata de sua importância para a arte.

Dirigido por Gregg Barson, o doc foi pensado como um especial para a TV. Mas funciona muito bem na tela grande. É emocionante conferir a relação entre Lewis e Dean Martin e constatar que não existe nada parecido no cinema de hoje. Na verdade, poucas duplas ficaram tão marcadas em toda história. No Brasil, um equivalente seria a parceria entre Oscarito e Grande Otelo.