Minha conta
    Horas de Desespero
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Horas de Desespero

    Para norte-americano ver. E sofrer.

    por Renato Hermsdorff

    Horas de Desespero é um filme para norte-americano ver. E sofrer. Não à toa, para comandar o longa protagonizado por Owen Wilson, foi chamado um diretor, John Erick Dowdle, cuja filmografia tem como base produções de horror (Assim na Terra Como no Inferno, Demônio e Quarentena).

    O novo filme se debruça sobre a fantasia de um trabalhador médio transferido com a família para um país do terceiro mundo (“quarto”, na verdade), onde um bando de rebeldes resolve depor o comandante da nação e instaurar uma guerra civil que tem como foco eliminar a presença estrangeira (leia “norte-americana”) nociva do mapa.

    Uma situação que poderia acontecer com qualquer funcionário de uma grande companhia dos Estados Unidos – e que, de quebra, ainda alimenta o imaginário falho do desconhecido exterior selvagem (leia “qualquer lugar fora da fronteira dos EUA”).

    É o que acontece, sem tempo a perder, assim que Jack Dwyer (Wilson), a mulher (Lake Bell) e as duas filhas pequenas desembarcam no exótico país não-identificado em algum lugar da Ásia. O aeroporto não tem o mesmo padrão do “de casa”, o hotel, menos ainda, mas o pior ainda está por vir. E rápido.

    A trama é basicamente a descrita acima – simples, clichê e, pior, um tanto quanto xenófoba, pelo menos até mais da metade do filme, enquanto não há qualquer contextualização para a “selvageria” dos locais (simplificação que é reparada mais adiante).

    Porém, o tour de force a que a família é submetida no intuito de escapar daquele lugar é montado com um genuíno clima de tensão. As cenas de ação – são muitas – são muito bem conduzidas e até grandiosas, com direito a salto entre prédios e explosão de helicóptero (e muita câmera lenta para reforçar o suspense das cenas).

    No percurso, há um milhão de reviravoltas (prováveis e, principalmente, improváveis) e um deus ex machina (aquela solução que “cai do céu” quando tudo parece impossível) para concluir a história. Mas se é desespero que você procura, aqui há quase duas horas de pura tensão.

    Quer ver mais críticas?
    Back to Top