Depois de Lúcia é um filme feito pra chocar, apenas. As características - nada originais - de seu diretor estão ali, como a falta de trilha-sonora e a câmera estática, mas ele não passa de uma história vazia e sem propósito. E o pior: absurdamente inverossímil.
NADA, absolutamente NADA faz sentido nesse filme depois que seu plot é realmente revelado. Se estava sendo bem conduzido até a "catarse", tudo vai por água abaixo quando a personagem principal subitamente muda de postura num passe de mágica, e passa a se submeter a coisas completamente surreais. Com um pai compreensivo e que, sim, também devia explicações na própria história. E é difícil confiar em um roteiro falho, em que a personagem principal não tem motivo algum pra agir, ou não agir, da maneira como acontece aqui.
Uma das coisas mais feias do filme são os furos, abismais, que ele tem. Por todos os lados. A sequência final, e as formas com que Michel Franco escolhe pra contá-las chega a causar vergonha alheia. Não há compromisso algum com a realidade.
De bom, fica a fotografia, que é bem pensada. Há um take, maravilhoso, em que Alejandra está sozinha encostada em um vidro, e nele vemos refletido todo o movimento da escola. Mostrando seu sofrimento interior, mesmo. Sofrimento esse, que seria legítimo caso conduzido ao menos decentemente. Por fim, Depois de Lúcia não se torna um filme enfadonho, mas um tipo de Cinema que causa humor involuntário de tão absurdo que é.