Spike Jonze tem em suas mãos um complicado roteiro de Charlie Kaufman, e é incrível como ele transforma esse roteiro complexo, diferente, bobo e aparentemente quase infilmável em uma obra áudio visual completa (em termos narrativos) , mas de algum modo a obra não me pega, isso não é culpa do filme, todos os filmes do Spike Jonzen são ótimos, mas nenhum me cativa emocionalmente, e esse não é diferente, como eu disse antes, parece algo bobo, que se transforma em uma belo romance(fora do tradicional), mas eu não consigo desvincular aquela premissa “Boba” com o restante do filme, talvez Spike devesse usar mais do recurso sonoro, pois nesse filme faz falta uma trilha sonora em alguns momentos, embora a mixagem de som seja impecável, a fotografia, os personagens e até os figurantes em cena são emblemáticos, alguns personagens tem apenas uma fala na historia, mas se percebe suas grandes personalidades, e os cenários surpreendentes , lembre-se da casa do casal Schwartz ou da empresa surrealista que Craig (John Cusack) trabalha, O filme também tem uma filosofia a apresentar, estamos presos em nossos corpos, nossa vida é miserável, somos escravos de ambição (Sim, lembre-se de Clube da Luta), o que não daríamos pra ser outra pessoa nem que seja por quinze minutos? Nossas vidas são tão ruins assim? Não sei dizer, nem Spike ira saber, pois ele apenas apresenta a questão e não se aprofunda nela. “Eu quero ser John Malkovich” É um bom filme, não espere nada surpreendente, mas eu acredito fielmente que dependendo da pessoa, ela irar achar “Eu quero ser John Malkovich” o seu filme favorito, pois ele tem algo a dizer, mas depende da pessoa entender e se solidarizar com ele.