O tratamento fílmico dado a esta história é dos mais insólitos entre os feitos no Brasil. O clima de tensão, "suspense", obtido lembra inclusive os trabalhos de William Cameron Menzies e Edgar G. Ulmer em science-fictions. Nunca o Rio de Janeiro funcionou tão bem em cinema. Valorizado por uma excelente fotografia, sua beleza e suas características topográficas não são aqui apenas um pano de fundo turístico. A cidade se entrosa perfeitamente no contexto, dentro da atmosfera. E isso é devido ao requintado senso pictórico do realizador que obteve momentos belíssimos, de invulgar plasticidade. É o que atesta a brilhante sequência final do Corcovado (e que singular funcionalidade tem a estátua na trama!), como a morte de um dos personagens em uma praia de Copacabana, e toda a frenética, emocionante e "molinaresca" (como toda a montagem) perseguição de automóveis - a melhor feita até hoje em nosso cinema - bem como a hoje já antológica sequência do bondinho do Pão de Açucar, estupenda no efeito obtido e que, por sua imaginação e feitura, chegamesmo a superar alguns dos melhores lances de Alfred Hitchcock, coisa que poucos conseguem. (O Estado de São Paulo)
Época oportuna realmente, esta em que se apresenta O Quinto Poder, quando o espírito e os homens da nação brasileira se acham à beira do abismo esquerdista mais profundo, sob o gadanho de políticos de contrabando, unidos aos caudilhos de fronteira, num processo de intoxicação lenta, praticado a quatro mãos cuja ação, de resultados à vista, se desenvolve com êxito, à força de uma repetição subreptícia, pela técnica subliminar, conforme a terminologia adotada no contexto do filme de Pieralise. (Folha de São Paulo)
Propaganda subliminar arma terrível de subjugação do comportamento coletivo, capaz de dirigir o subconsciente das pessoas sob sua influência e que, dominadas num transe para-hipnótico, deixam-se levar como robots humanos. O estranho método projeta slogans sugestivos, de captação inexequível pelos sentidos, emitidos à velocidade acima de 30 mil ciclos por segundo. Seu raio de ação alastra-se em profundidade, a cada 50 horas, e não dura muito, gradativamente, tem a sua mercê cúmplices involuntários e inconscientes de uma campanha sem precedentes ou limites. O Quinto Poder caracteriza esse objetivo em um estado avançado, procurando alertar sobre as comarcas letais a que se pode ir com a arma subliminar: a conspiração política. Uma potência estrangeira interfere na rede de rádio e televisão do Brasil - com isso pretende incutir nos telespectadores e radiouvintes, que constituem a grande maioria do povo, um lote de "mensagens" ideológicas que vão possibilitar a obtenção de minérios importantes, quando os esfeitos de fixação mental derem campo favorável. Crimes horríveis começam a ser praticados, predominam o nervosismo, a ansiedade. Para desfechar o golpe, revestindo de êxito o complot, estão prontos os agentes secretos. (Diário de Notícias)
Prêmio Saci
Ganhou
Melhor Edição - lsmar Porto
Prêmio Governador do Estado de São Paulo
Ganhou
Melhor Roteiro - Carlos Pedregal
Quinto Prêmio, Prêmios de Cinema do IV Centenário