Vivemos em um país corrupto e desta corrupção, outros males surgem tão grandiosos quanto. Neste país tão belo, a alma corrupta é nosso terror.....isso porque não vivemos no Oriente Médio, daí saberíamos o verdadeiro significado desta palavra. Que tenso e aterrorizante e ao mesmo tempo sensual, poético e ousado este trabalho cinematográfico do diretor Atiq Rahimi, que faz uma adaptação de seu próprio livro (Syngué Sabour, o mesmo título original da película) lançado em 2008. Com a ajuda do roteirista Jean-Claude Carrière, o enredo não foca só no horror da guerra e sim também nos absurdos que podem acontecer com certos costumes locais. É até meio que andar na corda bamba comentar sobre este filme, pois envolve questões religiosas e os hábitos de quem as segue. Sempre achei que quem escreve coisas para a sociedade, sejam leis, livros sagrados e outros, foi com a melhor das intenções, mas o grande problema esta em quem as interpreta e espalha o mal, disfarçado de bem. A trama pode ser um pouco cansativa e repetitiva, mas é muito boa! Cansativa porque se trata praticamente de um monólogo e repetitiva por se tratar de um monólogo cheio de culpa, repressão, segredos e liberdade. A exótica atriz Golshifteh Farahani está impecável em seu papel, ela que já atuou em 35 filmes como REDE DE MENTIRAS de 2008, EDEN de 2014, DOIS AMIGOS de 2015. Ela é aquela atriz que foi banida de seu país por ter pousado nua). Ela transmite um turbilhão de emoções, merecedora da estatueta dourada, como não ganhou, leva o PORTUGA'S AWARDS de Melhor Atriz, Melhor Olhar Sexy, Melhor Cor do Pecado .....(.....como se fosse algo.....). Uma frase que ela fala é show: "aqueles que não sabem amar, apenas sabem guerrear". A Fotografia também está muito boa. Vale muito a pena assistir, lógico, tem que ser em um dia que você esteja disposto e queira aprender um pouco como vivem as pessoas na "terra santa"...