Ondulações Mistas.
Livros infanto juvenis em sido usados com grande frequência pelos estúdios de cinema hollywoodianos, criando uma espécie de geração pós Harry Potter. Desde então, tivemos ótimas produções como Jogos Vorazes e Maze Runner, mas também há espaço para menos conhecidas, como o caso da série de Rick Yancey, chamado A 5ª Onda.
Na produção cinematográfica, somos apresentados logo de imediato à protagonista Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz) em um ambiente pós-apocalíptico, no qual a dúvida em quem confiar paira a cada novo movimento. Cassie está em busca de seu irmão mais novo, levado por militares após 4 ações alienígenas que quase devastaram a raça humana. Em seu percurso, ela conhece Evan Walker (Alex Roe), um sujeito que também perdeu os familiares e passa a ajudá-la na empreitada de resgate.
A história, que tenta ser sci-fi, se perde em diversos momentos pelo romance clichê se serve de alternativa para moldar um pouco mais a protagonista, certamente uma ferramenta duvidosa do roteiro, principalmente se considerarmos os dramáticos minutos inicias que não chegaram a ser sustentados. A primeira metade da produção chega a ser bem interessante, pois apresenta diversos elementos da trama, inclusive a resultante das 4 ondas alienígenas que devastaram a humanidade, deixando dúvidas sobre uma série de elementos, inclusive as razões que levaram os seres de outro planeta a invadirem a Terra. Essas dúvidas vão sendo pouco a pouco sanadas, mas de forma tão básica que soam meros artifícios para alongar o filme e proporcionar um pouco de ação.
Por falar em ação, o diretor britânico J. Blakeson mostra o resultado devastador das ondas ao redor do globo, principalmente ilustrando a destruição causada pelo monstruoso tsunami, embora seja algo que Roland Emmerich tenha feito a algum tempo com Independence Day e 2012. As ondas e como elas chegaram são até divertidas e bem inseridas visualmente, considerando seus resultados devastadores e como isso tem sido tratado pela humanidade restante. Os feitos especiais são até competentes, nada surpreendente de fato, mas cumprem bem o papel a que se propõem.
Além de Moretz, temos no elenco Liev Schreiber, Maria Bello e Ron Livingston, mas nada que faça tanta diferença para serem notáveis.
Culminando em um desfecho que explica diversas motivações e estratégias adotadas de forma multilateral, A 5ª ONDA está longe de entregar tudo aquilo que se propôs em suas campanhas de marketing, incluindo aí os interessantes trailers, mas consegue manter a atenção à medida que as coisas começam a fazer sentido. Apesar da proposta de trilogia, esta primeira parte é mediana e funciona mais como aperitivo para, quem sabe, um lanche melhor nos próximos capítulos.