Politicamente Infernal.
Quando dois amigos resolvem fazer um pacto de confiança, algo deve ser dado em troca para garantir o resultado do que precisa ser combinado. Mas quando a troca indica a própria vida, o resultado pode ser mais inusitado do que se imagina.
Voltando do Inferno é protagonizado por Remy (Nick Swardson), o funcionário de um parque de diversões quase falido e sem atrativos que justifiquem a presença de novos clientes. A coisa muda quando Remy descobre um livro que contém a imagem do diabo, porém, ele está lacrimejando infinitamente em uma das páginas. Tomando como base a recente descoberta, o protagonista faz um pacto de sangue com o aproveitador Curt, mas o resultado disso os leva, literalmente, para a casa do belzebu, nada menos que o inferno.
Curt é destinado a ser sacrificado no inferno devido e suas ações na terra, porém, Remy e o gordinho Augie saem em seu encalço para não só impedir que a alma do amigo seja arrancada, mas também trazê-lo de volta ao ambiente em vida deles. A tarefa ainda apresenta outros curiosos personagens, como a pequena diaba Deema e Orfeu, cuja ligação produz momentos pitorescos ao extremo.
Produzida totalmente em stop motion, a animação está bem longe da qualidade de filmes como Coraline ou Noiva Cadáver, mas sua simplicidade acaba soando atrativa justamente pelo formato e pelos personagens desenhados de tal maneira que lembram levemente os filmes de Tim Burton nessa categoria. Outro elemento que reduz o público deste tipo de filme é sua linguagem, pois além da ausência da qualquer pudor, o festival de palavrões e simbologismos com conotação sexual salta a tela com tremenda frequência, principalmente porque a dublagem brasileira fez questão de manter o material bem fiel ao original.
A definição de politicamente incorreto pode ter relevância diferente dependendo de diversos fatores, dentre eles, a crença religiosa. Esta nova produção independente, totalmente feita em stop motion, galga os sentimentos conservadores para contar uma história repleta de ufanismo sobre o belzebu, embora isso não indique idolatria ao coisa ruim, mas sim brincar com sentimentos da sociedade em tratar de tabus relacionados a sexo, violência e principalmente religião. VOLTANDO DO INFERNO diverte, mas não é produto para qualquer um, definitivamente.