Black Jack!
Certos atores acabam marcados por sua filmografia baseada em elementos específicos e que acabam registrados na mente do público, no caso do britânico Jason Statham, ele é facilmente lembrado por protagonizar filmes de ação sempre com a cara amarrada, jeito canastrão, poucas palavras e muita pancadaria.
Em WILD CARD, Statham interpreta Nick Wild, um guarda-costas de LasVegas que possui sérios problemas com jogos de azar. O vai e vem de sua monótona e azarenta vida muda quando uma antiga namorada é espancada e deixada a revelia na porta de um hospital. Ao saber do caso, ele passa a investigar e descobre que o responsável é o mimado e arrogante filho de mafiosos italianos conhecido como Danny DeMarco. O sujeito é violento, sádico, arrogante ao extremo e não mede escrúpulos para se satisfazer, mesmo que seja apenas emocionalmente. Obviamente que Nick resolve ajudar a ex-parceira, iniciando aí uma revolta que gera algumas divertidas cenas de pancadaria.
Tentando ilustrar em demasia o cotidiano de Nick, o diretor Simon West perde uma boa oportunidade de aproveitar o astro, principalmente porque o roteiro já entrega como o protagonista é habilidoso no que faz. Essa tentativa boba de ser dramático acaba mostrando um Nick vazio, viciado em jogos de azar, principalmente o poker, e impaciente com a vida que almeja, de tranquilidade na ilha de Córcega, Itália. Sem contar a montagem que mostra o cara andando de carro o tempo todo, como se faltasse conteúdo na ilha de edição e resolvessem aproveitar somente esse fato sem graça.
Tá certo que a participação de Milo Ventimiglia (o Peter Petrelli de Heroes) como o vilão da história e Stanley Tucci como o dono do hotel onde tudo começa são bons argumentos para se interessar pela produção, mas não suficientes para manter a atenção ou recomendação pelo filme. O desenvolver da história é tedioso, o humor parco até diverte, mas raramente aparece de forma interessante. Michael Angarano (de O Reino Proibido) aparece tentando ajudar, mas também em nada acrescenta.
WILD CARD É um filme que parecia ter bom potencial de entretenimento, mas se perde em não usar as qualidades de seu elenco, seja para humor ou ação. Se foca demais em elementos bobos para colocar em segundo plano a ação, que certamente diverte, como a cena final envolvendo uma colher e uma faca de bolo, mas é pouco para um filme estrelado por Statham. O jeito é esperar pelo próximo e torcer para um resultado mais decente.