Uma coisa chata nos cinemas brasileiros é essa mania de não pagar direitos autorais e o nome original de um filme. Porque, algo acontece, ou erra total ou entrega todo o filme.
E, foi o que aconteceu neste, pois, o título original é La vie d’Adele, o que não chega a estragar todo o filme, mas dá a entender do que se trata toda trama. Mas Azul é a cor mais quente, não só estraga, como quase nos chama de idiotas que não conseguiríamos ver a associação de vários aspectos do filme, seja no cenário, da fotografia, da estética se voltar para a cor azul.
La Vie d’Adele se trata de uma história muito complexa, pois tenta mostrar algo muito individual, muito particular e extremamente confuso. É a passagem de vida juventude para a vida adulta. É nessa fase da vida que escolhemos vários fatores que podem influenciar todo o resto de nossas vidas. E partindo dessa problemática, cheio de duvidas, incertezas com relação ao futuro e, é claro, seus descobrimentos que o diretor Abdellatif tenta mostrar nesse filme.
O filme começa contando às duvidas e incerteza que afloram na adolescência de Adéle e por conseqüência o amor que surge por Emma, uma passagem difícil de viver e muito mais difícil de explicar. Daí se desenrola um amor ímpar entre as duas meninas e cenas verdadeiramente lindas. O fato das duas atrizes não usarem maquiagem realça ainda mais a beleza de cada uma de uma forma única.
Há três cenas que vela pena de ver de novo, a primeira cena de sexo entre as duas, a cena da briga e a cena do café.
O preconceito se mostra, eu diria até discreto neste filme, pois se você não prestar a atenção não vai perceber. A única cena de preconceito “normal”, Adéle vive na escola por parte de sua amiga. Nas famílias, o preconceito ficou por conta do diretor, que expôs as duas famílias de forma diferente, na Emma, uma família mais abastarda, não há de forma alguma um preconceito. Já na família de Adéle, uma família simples,elas nem se quer se apresentam como namoradas. Isso dá pra botar na conta do diretor.
Azul é a cor mais quente, não se refere na cor do cabelo da atriz que interpreta Emma, mas vemos o azul em toda parte do filme. Do início até o fim. Desde o quarto de Adéle, até a inscrição, que identifica o banheiro feminino. Bom o titulo original é, em francês: La Vie d’Adéle, o que pelo pode se perceber é que pode ter continuação e esse é o gosto que se tem quando termina de se assistir esse filme.
Há muito mais que uma simples bandeira hasteada a favor das relações homoafetivas nesse filme. O diretor consegue fazer nos pequenos detalhes da história um emaranhado de relações e contrapontos relevantes.