Ótimo filme! Todas as cenas são intensas e muito realistas; roteiro muito bem escrito, onde toda fala,de cada personagem, tem um significado ligado ao contexto geral da história. As atrizes principais estão perfeitas em seus papeis, Léa Seydoux, foi a que mais me impressionou pela mudança em seu aspecto físico, ela e Emma são realmente pessoas diferentes.
Acho de extrema ignorância, ao longo de um filme de caráter tão profundo e sensível se ater apenas as cenas de sexo, como se tudo não passasse de um bacanal. A veracidade das cenas e dos personagens é maravilhosa; tudo se passa com naturalidade. Acredito que o filme não se restrinja a pegação entre duas lésbicas e sim à uma história de amor como qualquer outra. A diferença é que a nossa sociedade pseudo conservadora tem mania taxar como errado tudo que é diferente do que está acostumado ou do que fizeram-no acreditar que era errado.
A longa duração do filme é perfeita, e nos leva a ficar cada vez mais envolvidos com a trama. A passagem do tempo, mostra as dificuldades que Adéle enfrentou em cada fase da sua vida, como teve que lidar com as emoções e desejos de uma menina que procura se encontrar de alguma maneira; de certa forma isso acontece em seu relacionamento com Emma que é uma moça mais velha e que teve uma educação diferente da sua, é como se elas aprendessem diversas coisas juntas, a partir de suas diferenças.
Porém, o seu medo da insegurança, como diz a mãe de Emma em certa parte do filme, faz com que ela se sinta ameaçada por acreditar não corresponder as expectativas da amada levando-a a acreditar que alguém da mesma profissão que a sua e interesses em comum, possa ampara-lá caso Emma a rejeite.
Durante todo o longa estão representadas emoções que ao menos uma vez na vida, todas nós mulheres já sentimos independente da opção sexual. Dúvida, insegurança, curiosidade, impulsividade, desejo, arrependimento. Todos estamos sujeitos a isso, Adéle apenas faz uma escolha diferente do que a maioria julga certo; no entanto o que importa é que isso é certo para ela e a faz bem.
Repito, um ótimo filme! que ao meu ver não busca a banalização do homossexualismo, do sexo. Mostra apenas a realidade como é afinal, as pessoas não se apaixonam pela aparência ou conta bancária, e sim pela personalidade por tudo de bom que o parceiro pode vir acrescentar a sua vida, ou ao menos é assim que deveria ser.