Basicamente, “O Conselheiro do Crime” pode ser resumido pelas seguintes características: turvo, confuso, abstrato, ineficaz e lento.
Turvo, no sentido de deixar a desejar o real sentido dos objetivos, tanto do protagonista (Michael Fassbender), quanto da “organização”, onde os integrantes são meros “olheiros de tudo”, de cuja atuação direta com o trabalho em questão (leia-se tráfico), não transparece em momento algum.
Somando-se a este fatigante “jogo de xadrez” pelos “olheiros”, conversas infindáveis de jargões de efeito moral são concomitantemente utilizados pelos atores, os quais nos levam à terceira peculiaridade, confuso. Uma vez que esses demorados e cansativos diálogos, através de palavras bonitas, basicamente translucidem os seguintes dizeres: “onde quer que você esteja, você sempre estará lá...”, “é, meu caro amigo, se você estiver ciente, com certeza você saberá do que estou falando”, “se hoje fosse ontem, o amanhã, cof cof, seria hoje”, e demais outras do tipo.
Seguindo o raciocínio, abstrato pelo fato dos atores principais terem relações totalmente distantes e indiretas aos reais atos ocorridos, sendo até de difícil percepção, pelos espectadores, as relações entre as circunstâncias e os personagens. Fornecendo assim uma ineficácia tamanha em associação às consequências, finalidades e desfechos. Desta forma, propiciando uma trama vagarosa, entediante e despretensiosa.
Atores de renome foram subutilizados (Brad Pitt, Javier Bardem, Penélope Cruz e Cameron Diaz, além do anteriormente citado, Fassbender), haja vista inúmeras cenas de conversas sem rumos, com isso, não permitindo qualquer tipo de maiores encenações ou profissionalismos, complicando até distinguir quem são os protagonistas, dos coadjuvantes ou vilões. Adicionado a estas intermináveis conversas, cenas alheias continuavam a ocorrer, inserindo personagens e mais personagens, piorando a assimilação entre suas importâncias no enredo, conferindo também figurantes e mais figurantes.
Detentor de um final, no mínimo, “controverso”, tal longa, dificilmente terá caminhos célebres a trilhar, podendo assim ser considerado um perfeito desperdício de talentos em massa, de cujas fracas atuações, não passam de chamarizes para o descontentamento público. Nota 1,0